Presidente do Sindifisco fala sobre tributação
O alto peso da carga tributária sobre o consumidor brasileiro foi o tema do debate promovido nesta segunda-feira (31/1) pelo programa Sem Recesso, da TV Câmara, que contou com a participação do presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue.
Ao vivo e com um formato interativo, com espaço para participação do telespectador, o programa abordou as implicações dos encargos sobre as empresas e os repasses desse custo para a população, além da necessidade de aprovação da proposta de reforma tributária.
“A tributação no Brasil é regressiva e injusta. Enquanto nos países mais desenvolvidos cerca de 60% dos gastos é sobre renda e patrimônio e o restante sobre consumo, aqui a situação é inversa”, explicou Delarue, ao ser questionado sobre a visão dos Auditores sobre a carga tributária.
O sindicalista afirmou ainda que apenas 3% do total dos tributos incidem sobre patrimônio e que o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) é outra distorção que contribui para a desigualdade na hora de pagar impostos. “Esse imposto não incide sobre iate e jatinho, mas, na motocicleta e no carro popular daquele que é mais pobre, ele está presente”, afirmou.
O pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), José Aparecido Ribeiro, que também participou do debate, reforçou o pensamento de Delarue e afirmou que a concentração de impostos sobre os itens de consumo faz com que as pessoas percam a noção do preço real dos produtos. É o caso do arroz e do feijão, itens da cesta básica, que, segundo ele, apresentam 15% de encargos no preço final.
O presidente do Sindicato defendeu ainda a implantação da educação fiscal nas escolas como estratégia de controle dos gastos públicos. “Hoje há programa de combate à fome e outras iniciativas sociais. A arrecadação também tem uma função social e de distribuição de renda. Nesse sentido, a educação fiscal pode ser uma garantia para a evolução da cidadania”.
Além do presidente do Sindifisco e do pesquisador do Ipea, o programa contou também, por telefone, com a participação do deputado federal Virgilio Guimarães (PT/MG), e do presidente do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), João Eloi Olenike.
Em Brasília, a TV Câmara pode ser sintonizada no canal 27. Em São Paulo, o canal é o 61. O programa também pode ser visto via antena parabólica e canal por assinatura.