Receita Federal participa de operação conjunta com a PF em Natal

A RFB (Receita Federal do Brasil) e a PF (Polícia Federal) realizaram hoje (16/12), em Natal/RN, a Operação Cristal, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa internacional de narcotraficantes que atuava na cidade. Foram cumpridos 24 mandados de busca e realizadas apreensões de documentos em diversos estabelecimentos comerciais administrados por estrangeiros. 

As investigações, feitas pela PF com a ajuda do Espei/RN (Escritório Regional de Pesquisa e Investigação da RFB), evidenciaram esquema de lavagem de dinheiro, oriundo de crimes contra o sistema financeiro nacional, através de operações ilegais de câmbio e evasão de divisas, com recursos decorrentes do tráfico internacional de entorpecentes. O montante sonegado está estimado em cerca de R$ 35 milhões, apenas em investimentos na cidade de Natal.

Segundo as investigações, o dinheiro obtido com a venda de drogas na Europa chegava a Natal em “esquemas de malas”, via aeroporto e, também, pelo fechamento de contratos de câmbio, que utilizavam empresas fantasmas. Na capital potiguar, eram criados vários empreendimentos para legalizar os recursos. Esses valores eram então pulverizados em diversas contas-correntes, em nome de laranjas, sendo, por fim, utilizado para investimentos, com a finalidade de se incorporar formalmente ao sistema econômico nacional.

O esquema contava com mais de 12 empresas de ramos diversificados, como entretenimento, além de construtoras, investimentos em imóveis em regiões valorizadas de Natal/RN e região metropolitana, inclusive, no ramo de educação, a exemplo da compra de prédios e administração de um colégio.

A organização criminosa era formada por espanhóis residentes no Brasil, que figuraram em relatórios do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), por terem acolhido em suas contas bancárias vultosos recursos advindos do exterior.

Hoje, ao mesmo tempo em que eram cumpridos os mandados no Brasil, a polícia espanhola prendia, na cidade de Barcelona, o líder da organização. As investigações começaram há cerca de três anos. Com o fim da etapa sigilosa da investigação, será feita a análise da documentação apreendida, ouvidos depoimentos e identificados outros bens dos acusados.
 

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