Sindifisco entende que IR dos mais ricos deve aumentar

Em matéria do jornal O Estado de S. Paulo sobre o estudo do Sindifisco que trata da defasagem da tabela do IR (Imposto de Renda), o ministro da pasta, Nelson Barbosa, disse que o momento “é de recuperação de receitas, que continuam num quadro de grande fragilidade” e que "este não é o melhor momento para “discutir medidas na área tributária que aumentem a alíquota do Imposto de Renda para taxar mais as camadas mais ricas da população”.

A reportagem cita dados do Sindicato para explicar que, “no ano passado, a defasagem atingiu 4,81%, o maior nível nos últimos 10 anos" e que "o peso é maior para o contribuinte de menor renda da classe média assalariada”.

A opinião de Barbosa vai de encontro ao esforço do Sindicato por uma tributação mais isonômica. Afinal, é justo taxar ainda mais a massa trabalhadora, que representa as camadas mais pobres do país? É justo que os pobres paguem a conta e os ricos se beneficiem cada vez mais de um sistema tributário que contribui para que o abismo socioeconômico se acentue?

O Sindicato tem informações de que cerca de cinco mil contribuintes declararam, em 2013, como Pessoa Física, receber mais de R$ 100 mil por mês, quando se sabe que existem muitos mais casos, porém, o cidadão se coloca na condição de Pessoa Jurídica para escapar da taxação. Tal disparate é consequência de uma política tributária injusta, que engessa o necessário ajuste à tributação ao impedir que a RFB (Receita Federal do Brasil) exerça sua função social de distribuição de riquezas do país.

Entrevistas – O assunto também foi notícia no Jornal da Manhã, na rádio Jovem Pan, na terça-feira (12). Ao veículo, o presidente do Sindicato, Cláudio Damasceno, explicou como os cidadãos que ganham menos são os mais prejudicados. "Hoje tem muita gente pagando imposto que não deveria pagar. Essa é a grande injustiça por essa não correção da tabela do Imposto de Renda. O Governo está, cada vez mais, obtendo recursos de uma parcela da população que não deveria sequer estar pagando", enfatizou o presidente.

A EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) deu destaque ao estudo do Sindicato em matéria veiculada no mesmo dia. A emissora ressaltou que, segundo documento da entidade, a isenção do Imposto de Renda, que hoje só vale para aqueles que ganham menos de R$ 1.904, deveria ser válida para quem tem vencimentos até R$ 3.250, conforme a inflação apurada em duas décadas. Damasceno explanou que a não atualização da tabela de IR favorece a desigualdade e força extratos sociais de baixa renda a descontos indevidos nos salários. "Estamos falando da grande maioria da população brasileira, assalariada. Sem dúvida alguma há um prejuízo muito grande paras as camadas mais baixas da população", ratificou o presidente do Sindifisco.

Ouça as matérias da Jovem Pan e da EBC:

 

Conteúdos Relacionados