Sindifisco Nacional adere à “Carta pela Democracia”, lida nesta quinta (11) na USP, em ato histórico que reuniu a população e milhares de entidades da sociedade civil

A leitura da Carta pela Democracia, feita na manhã desta quinta-feira (11), na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde o texto foi originado, reuniu um movimento plural de brasileiros, formado por intelectuais, políticos, empresários e representantes da sociedade civil, de entidades de classe e de movimentos sociais a favor do Estado Democrático de Direito. (leia aqui).
O Sindifisco Nacional é um dos signatários do documento, alinhado ao princípio estatutário de defesa do Estado Democrático de Direito e na certeza de que a democracia é condição para a existência dos sindicatos e de uma sociedade justa e fraterna.
O evento assumiu um caráter histórico, comparado ao movimento ocorrido em 1977, quando, no mesmo local, foi lida a Carta aos Brasileiros, que defendia a soberania da constituição e os ideais do Estado de Direito, quando o país ensaiava uma volta ao regime democrático.
Em uníssono, todos os representantes de entidades da sociedade civil ressaltaram, em suas falas, o respeito às instituições, à democracia e ao Estado Democrático de Direito, que não define classe social, gênero e religião, por ser considerado plural.
À multidão, a presidente da seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Patricia Vanzolini, lembrou que durante o movimento pelas Diretas Já, na década de 80, a sociedade clamava pela concretização da democracia e, agora, a sociedade clama para que o processo democrático fique, aprofunde-se e se renove. “Esse é um momento de reafirmação. De dizer, ‘sim’, queremos avançar e não aceitaremos retrocesso”, disse.
O momento serviu ainda para exaltar a lisura do processo eleitoral brasileiro e reforçar que o documento, assinado por quase um milhão de pessoas, não tem cunho político-partidário, expressando unicamente a vontade do povo.

O ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias, reiterou que o momento é grandioso e inédito, porque une capital e trabalho em defesa do processo democrático. “Acho que estamos aqui celebrando com esperança o hino da democracia”, disse. O advogado criminalista, que foi formado em direito pela USP, fez a leitura da carta “Em defesa da democracia e justiça”, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que ressalta o compromisso com a soberania do povo brasileiro, expressa pelo voto e exercida em conformidade com a Constituição.
O documento (leia aqui) também é assinado por diversas entidades, entre elas o Sindifisco Nacional. José Carlos Dias finalizou dizendo que todos os que assinaram o documento reiteram seu compromisso inabalável com as instituições e com as regras basilares do Estado de Direito.
Após fazer uma saudação ao professor constitucionalista José Afonso da Silva, presente no ato e um dos mais antigos subscritores da carta de 1977, o diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Fernandes Campilongo, frisou o caráter diversificado do movimento. “Aqui nós temos a reunião de sindicalistas, de empresários e de movimentos sociais. Isso mostra que as eleições já têm um vencedor, que é o sistema eleitoral brasileiro.”
Já a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, pediu um basta às tentativas de autoritarismo no país. “O coração de estudante sonha em celebrar a democracia que constrói um Brasil de esperança, paz e soberania. Livre do machismo, do racismo, da fome e do desemprego. Um país que enxergue a educação como chave do seu desenvolvimento”, defendeu.
Atos simultâneos em todo país
Além de SP, a “Carta pela Democracia” foi lida neste histórico dia 11 em diversos estados e no Distrito Federal, com a realização de atos e manifestações que contaram com a participação de milhares de pessoas, inclusive muitos Auditores-Fiscais, que saíram às ruas para defender a democracia, a liberdade e a justiça social.