Sindifisco debate propostas para o novo governo em reunião da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público

Um dia após o resultado oficial das eleições presidenciais, que anunciou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, o Sindifisco Nacional e demais entidades sindicais participaram, nesta segunda (31), de uma reunião telepresencial da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público (FPMSP). O objetivo foi traçar estratégias de diálogo com o novo governo.
O consultor da Frente, Vladimir Nepomuceno, fez uma análise de conjuntura política do país, que, segundo ele, segue polarizado, e alertou para os desafios que aguardam a próxima gestão no Congresso Nacional.
Segundo ele, nenhuma conta da área social fecha porque o que está orçado não tem suporte financeiro, pois já foi comprometido pelo atual governo com outros gastos. Por isso, o orçamento precisará ser refeito. “Acho que uma das coisas que precisamos fazer é buscar a Comissão Mista de Orçamento para conversar com as principais lideranças”, disse.
Sobre a dificuldade do núcleo duro do governo em reconhecer o resultado das urnas, os participantes falaram do cenário turbulento que se avizinha para essa transição e das preocupações sobre como se dará o diálogo com o Legislativo. “Apesar do presidente da Câmara dos Deputados [Arthur Lira] ter reconhecido tão logo o resultado oficial, ainda restam dúvidas de como se dará essa relação entre ele e o presidente eleito. É um momento em que o sindicato está alerta e integrado com as demais entidades que fazem parte da Frente Parlamentar Mista nesse sentido”, disse o diretor de Assuntos Parlamentares, Auditor-Fiscal Floriano de Sá Neto.
Em meio aos participantes, foi clara também a necessidade de manter a movimentação das entidades em torno de pautas essenciais, como a PEC 32 (Reforma Administrativa) e a valorização do serviço público e dos servidores durante a transição de governo. Na oportunidade, Floriano Neto ressaltou que o trabalho parlamentar organizado pelo Sindifisco está programado para ser retomado na próxima semana, uma vez que não há matéria pautada para o plenário da Câmara dos Deputados nos próximos dias. Ele também frisou que o sindicato segue alinhado com os trabalhos da Frente Parlamentar contra a PEC 32.
O diretor de Assuntos Parlamentares informou ainda a decisão da categoria de incluir o reajuste do vencimento básico na pauta de reivindicações para 2023 e convidou a todos para reforçar o ato público do próximo dia 9, em frente ao Ministério da Economia. A intenção é protestar contra as ações da cúpula da Receita Federal, especificamente a instauração de investigação preliminar contra a entidade em função de representação encaminhada à Controladoria-Geral da União (CGU), relativa à mobilização da categoria.
Propostas
Um a um, os representantes sindicais expuseram ideias que deverão ser alinhadas para encaminhamento à equipe de transição. A retomada das discussões de grandes temas incluindo a participação da sociedade foi levantada por Floriano Neto ao citar que o presidente eleito já teria comentado sobre o assunto. “Conversando com um membro da equipe que atua no plano de governo do presidente Lula, há poucas semanas, soube da vontade dele de discutir o tema da previdência social e do trabalho, conforme ocorreu em 2007 e 2008, quando tivemos um fórum com participação quadripartite. Imagino que podemos fazer uma proposta nesse sentido também”, disse.
Em meio aos informes, Nepomuceno alertou as lideranças sindicais para a necessidade de articulação em torno da reinstalação da Frente na próxima legislatura, uma vez que os trabalhos se encerrarão em dois meses com o fim dessa sessão legislativa. A FPMSP se reunirá novamente na próxima segunda-feira (7).