Segurança Funcional: painel rememora crimes emblemáticos e dificuldade em se fazer justiça

Dois casos emblemáticos de violência contra Auditores-Fiscais foram o fio condutor do painel “Atentado ao agente público”, durante o seminário promovido pelo Sindifisco Nacional, por meio da Diretoria de Defesa Profissional, para debater a segurança funcional e a defesa da integridade física dos Auditores-Fiscais, nessa terça-feira (4), em Maringá.

O diretor do Sinait, Auditor-Fiscal do Trabalho Lauro Souza, relembrou em detalhes a chacina de Unaí (MG), em 2004. Os Auditores Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, que investigavam denúncias de trabalho escravo na região, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira, que acompanhava a equipe, foram assassinados em uma emboscada. Assim como no Caso Sevilha, o mandante do crime demorou quase 20 anos para ser julgado e condenado. A luta agora é para que os recursos à condenação sejam julgados e ele cumpra a pena definitiva infligida.

O outro caso emblemático, também rememorado no seminário, foi o atentado contra o Auditor-Fiscal José de Jesus Ferreira, que sobreviveu a nove disparos de pistola 9mm, em 2008, no Ceará. Os detalhes do crime e da investigação, que levaram à condenação do mandante e dos executores, foram relatados pelo Auditor-Fiscal Fernando Sérgio Tavares e Sales, que integra o grupo de colegas que também lutou para que a justiça fosse feita.

José de Jesus estava presente ao debate, acompanhando as discussões, e manifestou sua solidariedade à família de Sevilha. Às vésperas de completar 70 anos, o Auditor que foi atingido por três tiros na cabeça, dois na coluna e mais quatro de raspão, passando 23 dias em coma e seis meses paraplégico, considera estar vivo um milagre. Com dificuldades de locomoção e fala, ele conta com segurança particular para sua necessária proteção até que o Estado a efetivamente proveja. “Vivo em uma prisão domiciliar e tenho segurança paga pelo sindicato, porque o Estado me negou tudo. Mas não me arrependo de nada. Fiz o meu dever”, afirmou, emocionando muito a plateia, que o aplaudiu de pé.

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