Sem fortalecimento das fronteiras, guerra não terá fim

O Brasil inteiro assistiu nos últimos dias à guerra que se instalou no Rio de Janeiro entre o Estado e o poder paralelo, comandado pelos narcotraficantes. Desde o último dia 22, a Secretaria de Segurança Pública do estado contabilizou 37 mortes, 118 prisões e 102 veículos incendiados.

Os números alarmantes fizeram a população de todo o país duvidar de que a ousadia dos bandidos pudesse ser combatida sem penalizar de maneira irresponsável os moradores do Complexo de Favelas do Alemão e seus arredores.

No entanto, contrariando as expectativas até de especialistas em segurança, uma ação coordenada, envolvendo as polícias civil e militar do Rio de Janeiro, além da polícia federal e das Forças Armadas, deu uma dura manifestação do poder do Estado, restabelecendo a ordem e evitando um temido embate que poderia resultar na morte de centenas de pessoas, inclusive inocentes.

Mas este é apenas o início das ações estatais que deverão ser impetradas para pacificar definitivamente a região do confronto. Muitos bandidos ainda estão foragidos. O governo do Rio de Janeiro já anunciou que a presença das policias e das Forças Armadas vai ser mantida até a instalação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), prevista para o próximo ano. As 3.450 ligações para o Disque Denúncia demonstram que a população está farta de viver acuada e está disposta a contribuir no combate ao narcotráfico.

A DEN (Diretoria Executiva Nacional) parabeniza os envolvidos neste episódio histórico pela unidade demonstrada, somando as forças estaduais e federais, e pela eficiência da ação. Na avaliação do Sindifisco Nacional, o primeiro passo foi dado, mas é preciso ir além. O Sindicato relembra que a fragilidade das fronteiras brasileiras tem sido um facilitador para entrada de drogas e armas em nosso território. A RFB (Receita Federal do Brasil), através dos Auditores-Fiscais, tem tentado impedir essa entrada, mas a falta de pessoal e de estrutura tem impedido a fiscalização necessária.

Os Auditores-Fiscais estão solidários à população do Rio de Janeiro e reforçam o esforço de combater os ilícitos que favorecem aos narcotraficantes. No entanto, é necessário que esse mesmo Estado, que foi capaz de dar uma resposta dura e eficaz a esses bandidos, volte seu olhar de forma séria para as fronteiras brasileiras e, de uma vez por todas, corrija as falhas que permitiram que bandidos agissem como um poder instalado, quando na verdade não passam de marginais.

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