Carreiras de estado levam ao Governo rejeição da proposta de 15,8%
O impasse entre o Governo Federal e os servidores públicos federais mobilizados em busca de reajuste salarial continua. Em reunião realizada no sábado (25/8), o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, anunciou que não há outra proposta a ser apresentada por parte do Executivo se não a de 15,8%, parcelada em três vezes até 2015. Os Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) e as demais carreiras da Campanha Conjunta rejeitaram o percentual proposto.
O presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, informou a Mendonça que a proposta do governo foi rejeitada por 99% da Classe, consultada em Assembleia Nacional Extraordinária no dia 22 de agosto. O sindicalista fez um novo apelo solicitando que o Governo reveja sua posição e reconheça a importância dos servidores em greve, essenciais ao funcionamento do Estado.
Delarue foi incisivo ao afirmar que, se proposta de 15,8% for final, os Auditores-Fiscais preferem não ter nenhum reajuste, voltando à mesa de negociação em 2013. “Se a proposta está fechada, continuaremos a greve e voltaremos à mesa no próximo ano, mas então o Governo não contará com a nossa compreensão, como teve na realização da Rio+20”, alertou.
A utilização da imprensa para colocar a opinião pública contra os servidores também foi duramente criticada pelos representantes das carreiras. Delarue destacou que o fato de a mídia tratar os componentes das Carreiras Típicas de Estado como marajás é um absurdo, mas pior ainda é a presidente Dilma Rousseff chamá-los de “sangue azul”, desconhecendo sua contribuição para o Estado brasileiro. “Desvalorizar o trabalho dos servidores públicos equivale ao próprio governo querer amputar seu braço direito”, protestou Delarue.
Proposta – Os representantes do Ciclo de Gestão apresentaram contraproposta ao Governo de cerca de 25% de reajuste para as carreiras, também divididos em três parcelas anuais de 6%, 8% e 10%. Sérgio Mendonça afirmou que a sugestão ainda está distante da decisão do Executivo. “Vou levar a proposta ao Governo, mas o que fui orientado a apresentar nessa mesa já está posto. Pode ser que a resposta mude, mas a tendência é que continue a mesma”, adiantou.
Se a proposta for aceita pelo Governo, o Sindifisco Nacional consultará sua base imediatamente. Para isso, Pedro Delarue solicitou que o Planejamento se posicione até a noite de segunda-feira (27) para que haja tempo hábil para uma consulta à categoria.
Mídia – Delarue concedeu entrevista ao jornal Correio Braziliense e as TVs Rede Globo, Record e SBT.