Receita Federal: 108 toneladas de drogas apreendidas, mais de 10 bilhões de reais retirados do tráfico em 2020 e 2021
A maior parte da população não conhece de fato os trabalhos executados pela Receita Federal. E dentre eles está o combate a ilícitos que põem em risco a sociedade e são causa de uns dos maiores males da atualidade, o tráfico de drogas.
Em que pese a Constituição Federal não elencar a Receita Federal em seu art. 144 como um dos Órgãos de Segurança Pública, ela exerce esse papel de forma ostensiva e preventiva diuturnamente. Além de participar de diversas operações em conjunto com as polícias federal e rodoviária federal, de igual sorte também atua de forma autônoma, no exercício de suas atribuições, nesta seara.
E uma das áreas de sua atuação na segurança pública é o combate ao tráfico de drogas. Sua atuação é tão expressiva e importante que o volume de apreensão de drogas a coloca em pé de igualdade com as polícias, chegando por vezes a ter um volume de apreensão maior do que estas.
Somente em 2020 e até novembro de 2021 foram apreendidas 108 toneladas de drogas, sendo 80,687 toneladas de cocaína e 27,124 toneladas de maconha, perfazendo um montante de mais de 10 bilhões de reais em apreensões, um duríssimo golpe no tráfico e uma retirada de circulação importantíssima para a sociedade. O volume é tão grande que somente de cocaína poderiam ser produzidos cerca de 242 milhões de papelotes, ou seja, quantidade suficiente para um papelote por cidadão brasileiro e ainda sobrariam 29 milhões.
Tal volume de apreensão não é feito por acaso. É fruto de um trabalho de inteligência e também de ações de repressão pelos Auditores-Fiscais da Receita Federal. Por tal motivo muitos são alvos de ameaças constantes. Aliás, das atribuições exercidas pelos Auditores-Fiscais da Receita Federal, várias são as que resultam em ameaças contra sua vida e integridade física, pois vão contra atuação de grandes grupos criminosos em todas as esferas.
No combate ao tráfico de drogas, as equipes de inteligência e de repressão começam a atuar muitas vezes bem antes da droga entrar ou tentar sair do país. A expertise conseguida pelos Auditores-Fiscais da Receita Federal neste combate vem de anos, e são aprimoradas sempre, o que vem resultando cada vez mais no aumento das apreensões e da proteção da sociedade contra este grande mal.
É de se esperar que em 2022 o volume de apreensão de drogas cresça ainda mais, com a volta da normalidade e do aumento do volume de cargas transportadas para dentro e fora do país pelas fronteiras terrestres, aéreas e marítimas. Em que pese o tráfico tentar mudar sempre sua sistemática de logística, o trabalho de inteligência da Receita Federal está sempre atento para se antecipar e neutralizar suas ações.
Contudo, uma preocupação grande paira sobre os Auditores-Fiscais da Receita Federal. É um contrassenso o fato de que o valor destinado no orçamento aprovado para a Receita Federal, após o corte de 51%, ser cerca de 10 vezes menor do que o valor apreendido só com drogas, sem contar o que o Órgão arrecada no exercício de sua demais atribuições. A pergunta que fica é: será que a Receita Federal terá a mesma eficiência sem os recursos que necessita? Será que os Auditores-Fiscais conseguiram, mesmo com o maior empenho possível, ser capazes de exercer seu trabalho com excelência sem que as condições necessárias lhes sejam dadas? Será que a sociedade estará tão protegida em 2022?
Se é para ter um olhar especial e diferenciado para os Órgãos de Segurança Pública, como deixar de fora um de seus braços mais fortes e atuantes: a Receita Federal?