Reajustes do funcionalismo público estão longe de agravar a crise

Em matéria publicada na edição de sexta-feira (3/6) do jornal O Globo, o periódico dá a entender que o reajuste concedido pelo Governo interino a diversas categorias do serviço público agrava ainda mais o déficit nas contas públicas, estimado em R$ 170 bilhões. De acordo com a reportagem, essa atualização resultará em um custo de R$ 64 bilhões. Tal informação truncada contribui para sedimentar a falácia de que, historicamente, o serviço público é um dos grandes responsáveis pelos rombos das contas do Governo.

Cabe ressaltar que, diante de uma inflação que fechou em cerca de 11%, em 2015, o reajuste da folha de pagamento será de 2,5%, em 2016. E o gasto adicional com a folha de pagamento, neste ano, será no total de R$ 7 bilhões, o que hoje representa 4% do déficit público que consta no orçamento. Conforme as estimativas publicadas no jornal, "o peso dos gastos em relação ao PIB, pelas estimativas, será de 4,2%, 4% e 3,8%, nos três anos". Ou seja, em vez de aumentarem, ao longo dos anos eles diminuirão.

Diante dos números, vale ressaltar que o reajuste acordado com as carreiras do serviço público, dentre elas a de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, é o mínimo que se pode esperar, uma vez que essas carreiras já sofrem com o peso da defasagem salarial, agravada ainda com a crise econômica que o país enfrenta.

Acordo – Ao citar o Sindifisco Nacional, a reportagem afirma que o PL (Projeto de Lei) que garante a correção para os Auditores Fiscais da Receita Federal ainda não foi encaminhado para a apreciação do Congresso Nacional. 

Conforme a matéria ressalta, o ajuste para os Auditores Fiscais será de 21,3%, escalonado em quatro anos, e acrescido de um Bônus Eficiência “atrelado, entre outros fatores, ao desempenho coletivo da categoria e ao crescimento anual da arrecadação”. O jornal ainda complementa que o valor para o Bônus “seria retirado de um fundo próprio do Fisco, que reúne dinheiro de multas aplicadas pela Receita”.

Confira a edição na íntegra aqui.

Conteúdos Relacionados