Prosed: candidatos apresentam propostas à Defis de São Paulo

A Diretoria de Defesa Profissional do Sindifisco Nacional realizou nesta quinta (6) um encontro em formato telepresencial com os candidatos que participam do Processo de Seleção de Delegados de Unidades Descentralizadas (Prosed) para o cargo de titular da Delegacia de Fiscalização (Defis) de São Paulo.

Os candidatos compõem a lista tríplice local a ser enviada ao Auditor-Fiscal Decio Rui Pialarissi, subsecretário-geral da Receita Federal. Os três Auditores-Fiscais – Augusto Volta D’Alessio, Cecília Cícera da Palma e Julio Cesar Ferreira Cabrales – tiveram cerca de 20 minutos cada para apresentar seus planos de gestão para a Defis. Em seguida, responderam as perguntas feitas pelos Auditores-Fiscais lotados na unidade.

O primeiro a falar foi Augusto Volta D’Alessio. Aos 55 anos e formado em Engenharia Civil, o Auditor-Fiscal está desde 2006 na Receita Federal. Em sua explanação, D’Alessio falou sobre a necessidade de promover melhorias no ambiente de trabalho, a fim de criar mais engajamento entre os servidores.

“Considero importante que tenhamos um bom clima físico e organizacional. É importante aumentarmos o engajamento dos servidores. Entendo que todos os servidores precisam ter uma postura colaborativa, participativa para atuar no processo principal aqui, que é a fiscalização”, disse.

Ele também destacou a necessidade de estabelecer um planejamento e um controle fiscal mais detalhado, além de garantir a padronização e a qualidade dos processos, além da defesa de um projeto de gestão de risco com foco na integridade. O Auditor também destacou a necessidade de um controle mais efetivo com relação às horas trabalhadas, para que que não ultrapasse 360 dias trabalhados.

“A Receita tem passado bem essa meta para a gente. Esperamos ter um maior desempenho das pessoas e das equipes. Todos ficam mais satisfeitos quando todos têm desempenho”, afirmou.

Na sequência, foi a vez da Auditora-Fiscal Cecília Cícera da Palma realizar sua apresentação. Aos 68 anos e formada em Ciências Contábeis, Cecília ingressou na Receita Federal em 1997. Durante sua apresentação, ela contou que sua vontade de assumir o comando da Defis surgiu após uma série de conversas com colegas, que a motivaram a seguir na disputa.

“Para muita gente, pode parecer estranho uma Auditora, com 68 anos, querer ser delegada. Mas, no mês passado, vários colegas conversaram comigo, e eu tenho visto que consigo dar um pouco mais para a Receita. Acredito que ainda posso ser útil ao processo de fiscalização”, afirmou.

Cecília Cícera da Palma defendeu que a fiscalização necessita voltar a ocupar um papel de protagonista no país. A Auditora sugeriu, em suas propostas, que seja criado um gabinete de trabalho específico para acompanhar as demandas consideradas mais complexas da fiscalização, como nos casos das demandas patrimoniais.

“Se não houver fiscalização não sei se o contribuinte iria recolher espontaneamente. Para isso, precisamos de uma fiscalização de bom nível, que seja rápida e seja íntegra”, afirmou a Auditora, que também pontuou a necessidade de uma maior valorização do trabalho realizado pelos Auditores-Fiscais.

O encerramento das apresentações ficou a cargo do Auditor-Fiscal Julio Cesar Ferreira Cabrales. Formado em Engenharia Química, ele atua desde 2013 na Receita Federal, onde começou pela Alfândega do Porto de Manaus. Segundo ele, a longa experiência no setor privado o aproximou dos processos de fiscalização, servindo de pilares para sua atuação no serviço público.

“Algumas das ações principais e fundamentais são eventos de capacitação, sejam eles em sistemas ou em temas importantes e que estejam ganhando importância. O cenário macroeconômico é mutável e precisamos estar, no mínimo, iguais para fazer nosso processo adequadamente”, disse.

Na análise de Cabrales, é necessário que haja a realização de reuniões de sistematização, a fim de garantir um maior controle do mapeamento de riscos que envolvem o trabalho da unidade. “O grupo tem de estar sempre trabalhando na identificação de novos riscos, assim como monitorar os controles já aprimorados e implementar novas formas de controle”, afirmou.

Ao parabenizar os candidatos, o presidente do Sindifisco Nacional, Kleber Cabral, defendeu a realização do Prosed, mas afirmou que ainda são necessárias adaptações para que o sistema inclua maior número de candidatos qualificados aos cargos.

“Temos regras que acabam bloqueando pessoas com grande potencial, por isso, queremos aprimorar esse processo que já é uma grande conquista”, afirmou.

A posição foi corroborada pelos diretores de Defesa Profissional do Sindifisco, Levindo Siqueira Jorge e Leandro Oliveira. Para Levindo, a capacidade técnica para o comando do órgão é o principal item que precisa ser levado em consideração durante a escolha.

“O que se busca é que quem for dirigir o órgão tenha capacidade técnica e gerencial. Queremos retirar aquele modelo de ser amigo. Queremos que seja técnico, porque a gente visa o melhor para o órgão”, afirmou.

Após os candidatos responderem perguntas que foram feitas pelos Auditores-Fiscais lotados na unidade, foi aberta a votação, por meio do aplicativo do Sindifisco Nacional. A votação termina às 18h desta sexta (7).

Pelo voto, os Auditores-Fiscais poderão indicar aquele candidato que consideram possuir as melhores condições de ser o novo titular da Defis. Ao término do prazo, o resultado será divulgado e informado, como sugestão, à administração da Receita.