Projeto “Diálogos com os Presidenciáveis” recebe economista da equipe do candidato Ciro Gomes

O economista Nelson Marconi, da equipe econômica do candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, foi o convidado da segunda edição do projeto “Reforma Tributária: Diálogos com os Presidenciáveis”, realizada na tarde desta quarta-feira (27), em São Paulo.
A iniciativa é do Sindifisco Nacional, em parceria com a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) e com a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip). O objetivo é promover o debate sobre as propostas de Reforma Tributária dos principais candidatos à Presidência da República.
No início do debate, o especialista disse que a iniciativa das três entidades vai ao encontro dos ideais do partido, que desde a campanha eleitoral passada defende uma reforma justa e solidária, com mudança significativa na composição da tributação do país. Para isso, ele citou a necessidade de aumentar proporcionalmente a taxação dos mais ricos e, de outro lado, diminuir proporcionalmente a tributação sobre o consumo. Marconi também esclareceu que os estudos produzidos pelos Auditores-Fiscais contribuíram de maneira significativa para mostrar a desigualdade da carga tributária sobre a pessoa física.
“Nosso projeto nacional de desenvolvimento envolve uma série de medidas para ajudar o país a crescer e gerar mais empregos de forma justa, reduzindo as desigualdades, aumentando a oferta de serviços públicos, melhorando a segurança pública, e a questão dos direitos humanos sempre de forma soberana. E essa série de medidas precisa ser financiada a partir dos recursos vindos de uma reforma fiscal e tributária. Se eleitos, queremos colocar esse assunto no Congresso Nacional logo de início como prioridade”, disse.
Ele também citou a importância de um pacto federativo com governadores e prefeitos eleitos para ganhar força sobre as mudanças necessárias a serem feitas em prol do país.

O 1º presidente do Sindifisco Nacional, Tiago Almeida, endossou a necessidade de discussão em torno do financiamento do Estado brasileiro como forma de educar a própria sociedade. “Hoje em dia, é mais fácil a população entender sobre o orçamento do país do que sobre a forma como o Estado brasileiro é financiado, ou seja, como se dá a tributação. Essa questão impacta tanto ou mais que a própria questão orçamentária propriamente dita. De onde o recurso vem e quem está financiando a máquina do Estado é um debate que precisamos fazer”, ressaltou.
Para ele, se uma palavra pudesse definir o sistema tributário brasileiro, seria “desigualdade”. Além da existência de uma faixa de isenção do IRPF extremamente baixa e poucas faixas intermediárias de tributação, o dirigente sindical elencou ainda algumas peculiaridades da legislação tributária do país, como a isenção sobre distribuição de lucro e a dedutibilidade do ágil, que é uma medida que tende a concentrar capital. “Temos um quadro complexo de desigualdade que precisamos entender melhor, jogar luz sobre o assunto. Nós, Auditores-Fiscais, temos disposição e conhecimento para contribuir com esse debate junto à sociedade”, explicou.
Temas como a análise em torno das propostas de reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional, formas de encarar a relação da economia nacional com os paraísos fiscais, e como o plano de governo pretende buscar maneiras mais efetivas de financiar a seguridade social integraram algumas das perguntas dos dirigentes sindicais ao economista.
Além do 1º presidente do Sindifisco Nacional, o debate contou com a presença da presidente da Fenafisco, Marluce Ferreira Paixão; e do presidente da Anfip, Vilson Romero. Também participaram jornalistas de veículos da imprensa nacional, que fizeram perguntas ao convidado. O evento foi transmitido ao vivo pelo YouTube das três entidades.