RFB institui Banco de Talentos, mas não explica finalidade

Na última sexta-feira (9/1), o Unafisco, a Fenafisp (Federação Nacional dos Auditores-Fiscais da RFB), a Anfip (Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil) e outras entidades que representam servidores dos quadros da RFB (Receita Federal do Brasil) foram convocados pela Cogep (Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas) para uma reunião no Ministério da Fazenda, cuja pauta era ignorada.

Com atraso de 40 minutos, o assessor da secretária da RFB, Marcelo Melo, o assessor da Sucor (Sub-secretaria de Gestão Coorporativa), Willian Darwin, e a coordenadora-substituta da Cogep, Maria Rita Fonseca, anunciaram que foi publicada, no Boletim de Pessoal nº 2 da sexta-feira, a Portaria RFB nº 082 que institui o Banco de Talentos. Os representantes da RFB afirmaram que “contavam com as entidades para serem divulgadoras da iniciativa da RFB de conhecer os talentos da Casa e que incentivassem todos a preencherem na SA3 (sistema intranet) os dados necessários para formação do Banco de Talentos, já que o fornecimento dessas informações é voluntário”.
As entidades manifestaram suas dúvidas e a indignação por não terem participado da elaboração dessa nova ferramenta. Representando o Unafisco, o diretor de Finanças, Luiz Gonçalves Bomtempo, o diretor-adjunto de Estudos Técnicos, Roberto Barbosa de Castro, e a diretora-adjunta de Defesa Profissional, Renata Lobo Rossetto, levantaram inúmeros questionamentos.
“A preocupação é saber o que será feito com nossas informações curriculares”, afirmou Bomtempo. Como resposta, Marcelo Melo se limitou a dizer que o preenchimento será voluntário. O diretor de Finanças também indagou se o processo já estava pronto e acabado. “Estamos apresentando apenas uma ferramenta de captação de informações”, respondeu Melo.
Roberto Barbosa rebateu dizendo que ninguém gosta de fornecer informações curriculares sem saber como isso será utilizado. “Se pelo menos esse Banco de Talentos tivesse vinculado a algum programa de preenchimento de cargos ou um curso de aperfeiçoamento no exterior, talvez as pessoas se motivassem. Porque as pessoas estão fartas de preencher fichas”, ponderou.
O Unafisco entende que a intenção da Receita de conhecer, realocar e reter talentos dentro da Instituição é louvável. No entanto, é preciso ouvir a Classe e não apenas apresentar decisões. Antes de instituir uma ferramenta como o Banco de Talentos, é imperioso que se atendam reivindicações antigas como a instituição da LOF (Lei Orgânica do Fisco) e a devolução de atribuições dos Auditores que ao longo dos anos têm sido usurpadas e repassadas às chefias. A valorização precisa começar pelo atendimento a pleitos exaustivamente reivindicados pela Classe. Só assim será criado um ambiente de cooperação, em que ambos os lados estejam motivados e afinados.
Pauta aberta – Ao final da reunião, as entidades aproveitaram para tentar obter informações a respeito de outros assuntos. O diretor de Finanças indagou à coordenadora-substituta a respeito da homologação do estágio probatório em 24 meses, uma vez que alguns Auditores estão na dependência desse procedimento para concluir o processo de permuta. Segundo Maria Rita, a Cogep tem todo o interesse em concluir o processo de reconhecimento do estágio probatório, e a homologação depende agora do envio da documentação pelas unidades. “Tão logo isso ocorra, a Cogep fará a sua parte”, afirmou.

 

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