Falta de negociação aprofundará a mobilização dos Auditores-Fiscais

Unidade. Foi isso que se viu na Plenária Nacional que reuniu quase 400 Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) nos dias 26 e 27 de junho, em Guarulhos (SP). O objetivo do encontro de trocar informações a fim de fortalecer o movimento foi alcançado.

Cada vez mais afinados, os Auditores agora passam para outra fase da Campanha Salarial, com aprofundamento das operações que têm causado filas de caminhões nos Portos Secos; aglomerações de conteineres nos Portos; atraso na liberação de cargas e bagagens nos Aeroportos; acúmulo de processos na zona secundária; impacto diretamente nas atividades desenvolvidas no PIM (Polo Industrial de Manaus), com perda diária de US$ 16 milhões, segundo matéria de A Crítica.

Vale ressaltar que o objetivo da categoria nunca foi o de criar dificuldades para o contribuinte, mas não restaram alternativas diante da situação em que o Governo jogou os Auditores. A Classe não recebe nem correção inflacionária dos salários há mais de três anos, trabalha em unidades sucateadas, enfrenta o crime organizado, desenvolve atividades que colocam a vida em risco e ainda sofre pressões diárias para manter as metas governamentais.

Ou seja, a atrativa estabilidade do serviço público termina se transformando em uma grande desestabilidade financeira e emocional. Cansados de arcarem com o ônus, sem o bônus, e sem qualquer retorno da pauta de reivindicações entregue ao Governo, os Auditores deflagraram as operações padrão e crédito zero, mas devem recrudescer o movimento depois de 31 de julho se não receberem proposta satisfatória aos pleitos apresentados.

O prazo de 31 de julho para apresentar uma contraproposta foi dado pelo próprio Governo, e a Plenária deliberou por esperar, mas com o aprofundamento das operações padrão e crédito zero. Depois dessa data, a tendência será sair da repartição, parando totalmente a Receita Federal do Brasil.

“Independentemente do calendário definido para a mobilização, a insatisfação dos Auditores não tem data para acabar, e o Governo precisa atentar para a questão e valorizar definitivamente aqueles que permitem o cumprimento da política fiscal e social do país”, ponderou o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue. Para o sindicalista, a união das diferentes tendências existentes na Classe, e a capacidade de articulação registradas na Plenária são apenas a "ponta do iceberg", um problema que o próprio Governo está fazendo emergir.

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