Vídeo: Pesquisa acadêmica mostra perfil de Auditores

As principais informações profissionais dos Auditores Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil), mapeadas pela professora e pesquisadora da Universidade Federal de Uberlândia (MG), Patrícia Trópia, são objeto de um vídeo produzido pelo departamento de Jornalismo do Sindifisco Nacional e disponibilizado no site institucional. O estudo foi desenvolvido a pedido da entidade com o objetivo de buscar subsídios para as demandas da Classe.

Patrícia Trópia iniciou o seu estudo entrevistando os Auditores Fiscais que participaram do Conaf (Congresso Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), em 2012. Entre as constatações da pesquisadora está a de que a maioria dos entrevistados considera insuficiente o efetivo em sua unidade. “Há a percepção de que ele (Auditor) está sobrecarregado, ou seja, o montante de trabalho está sendo realizado por um número menor de servidores do que o necessário”, confirma a professora. De acordo com dados da própria RFB, cerca de 600 Auditores de aposentam por ano, o que agrava a situação.

No vídeo, a especialista cita a profissão de Auditor Fiscal como uma das mais visadas no serviço público. E a prova disso é a quantidade de candidatos que disputaram uma vaga no último concurso público para o cargo. Dos Auditores abordados, 26% consideram a estabilidade no emprego como positiva. Por outro lado, 32% se sentem insatisfeitos com a imagem de que o Auditor Fiscal é privilegiado no seu trabalho. “As atribuições do Auditor são essenciais para o Estado e para a justiça social, porém, esta não é a percepção, de acordo com os Auditores que eu entrevistei”, afirma Patrícia.

O estudo mostra ainda a insatisfação dos profissionais em relação à segurança no trabalho. Entre os entrevistados, 62% consideram este item razoável ou péssimo. De acordo com Patrícia, o trabalho, especialmente, na área aduaneira, pode expor os Auditores a situações de periculosidade, e os mesmos, em sua maioria, não se sentem seguros na execução de atividades que envolvem, por exemplo, contrabando.

A pesquisa também mostrou que 80% dos Auditores são filiados ao Sindifisco Nacional, e a principal bandeira de luta é a defesa profissional. “Se o Sindicato detecta desvio de função, condições inadequadas de trabalho, e trabalho por metas, e que isso possa estar prejudicando as atividades, além de levar ao adoecimento do trabalhador, afastamento e frustração, levando o Auditor a procurar outra profissão, estas questões são, historicamente, debatidas e enfrentadas pelo Sindicato”, explica a professora.

A coleta de informações não se resume à pesquisa acadêmica. A DEN (Diretoria Executiva Nacional) está reunindo mais dados com o objetivo de aprimorar o trabalho feito por Patrícia, por meio do projeto Pesquisar, que ouve Auditores de todo o país. Nas visitas feitas pelos diretores e pelo presidente do Sindifisco, Cláudio Damasceno, às bases (Projeto DEN nos Estados), os filiados preenchem formulários com perguntas diversas. De acordo com Damasceno, “a ideia é fazer com que o filiado seja cada vez mais ouvido e traga informações para que a DEN possa traçar estratégias e ações que resolvam ou mitiguem alguns dos problemas que hoje afetam a vida e o trabalho dos Auditores Fiscais”.

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