Justiça condena suspeitos investigados por Auditores
A Justiça Federal condenou, por formação de quadrilha, dois dos suspeitos presos durante a Operação Esfinge, realizada em conjunto pela RFB (Receita Federal do Brasil) e pela PF (Polícia Federal), em fevereiro de 2006. Foram condenados a três anos de reclusão (pena máxima prevista paro o crime de formação de quadrilha) o advogado Beline José Salles Ramos e o empresário Francisco José Gonçalves Pereira, o Xyko Pneus, suplente do senador Magno Malta (PR/ES).
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério Público Federal do Espírito Santo, Beline e Xyko Pneus são apontados como líderes de um bando que se associou para a prática de crimes como descaminho, sonegação fiscal, falsificação de documentos e corrupção. Os crimes praticados pelos investigados na Operação Esfinge deram origem a 26 ações penais, com 43 denunciados. A condenação recente diz respeito à primeira das ações penais a receber sentença. As outras 25 ainda estão sob a apreciação da Justiça Federal.
Na mesma ação, foram condenados também o lobista Normandio Ferreira Nunes Filho e a procuradora federal aposentada Mônica Valderes Napolitano. Os dois serão punidos por tráfico de influência em favor da empresa Nova Global, de propriedade de Beline, sendo que Normandio fazia uso do nome e da influência política de Xyko. Por sua vez, Mônica Napolitano utilizava sua influência, como ocupante de cargo jurídico dentro de órgãos públicos, diante de diversas autoridades de vários escalões do poder. Em uma dessas ocasiões, a procuradora aposentada atuou na tentativa de liberação de contêineres da Nova Global que haviam sido apreendidos pela Alfândega. A pena para os dois é de seis anos e nove meses.
De acordo com um Auditor-Fiscal que participou da Operação Esfinge (mas prefere não se identificar), a condenação dos acusados demonstra o acerto das investigações realizadas pela RFB. “A operação envolveu Auditores de diversas regiões do Brasil que atuaram com profissionalismo e comprometimento; a prisão dos suspeitos somente confirma a seriedade da fiscalização”, afirma.