Oficina debate a história do movimento sindical no Brasil
Em continuidade às discussões sobre a origem e o papel dos sindicatos, os palestrantes da 1ª Oficina Sindical, que acontece na DS (Delegacia Sindical) Recife (PE), retomaram os trabalhos na tarde de segunda-feira (1º/9) com apresentação histórica do Movimento Sindical no Brasil, passando pelas origens dos movimentos sociais até os tempos atuais. O coordenador geral do Observatório Sindical Nacional, Sebastião Soares, discorreu sobre o tema desde as primeiras insurgências de luta dos trabalhadores, que começaram ainda no período da escravidão no país.
A fim de elucidar a história, o palestrante trouxe o filme “Movimento Grevista e Operário no país”, que, em síntese, apresenta um retrato extenso do movimento sindical. “O vídeo aponta que as principais conquistas sociais econômicas e políticas do Brasil tiveram, na sua base, a luta de trabalhadores e trabalhadoras”, resumiu o palestrante.
O jornalista Sávio Bones, que também palestra no evento, apresentou ainda aos participantes o livro “O sindicalismo no Brasil – os primeiros 100 anos” cuja leitura, segundo ele, é uma contribuição importante para os que pretendem se aprofundar nos temas discutidos. A obra foi patrocinada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria.
“A publicação não é um manual, mas um livro que traz abordagens diversas dos temas aqui discutidos sob espectros políticos diferenciados”, disse. O trabalho traz artigos de nomes conhecidos do mundo sindical, entre os quais o de Antônio Augusto de Queiroz, o do Toninho do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) ; o da deputada Luíza Erundina (PSB/SP), e o do senador Paulo Paim (PT/RS).
Em seguida, foi aberta aos participantes a oportunidade para esclarecer dúvidas. O momento serviu para que fossem apresentados questionamentos sobre formas de organização dos sindicatos de maneira a manter as categorias mobilizadas; sobre a liberdade sindical, que contraditoriamente, no entender de alguns participantes, tem desconstruído os movimentos sociais e as lutas e bandeiras comuns a todos os servidores públicos e trabalhadores; sobre o imposto sindical; a comunicação entre representados e entidades e outros assuntos relacionados.
Por fim, os palestrantes fecharam o evento com uma análise da política nacional e internacional. Diante do cenário posto, foi discutida a importância do fortalecimento das entidades classistas para o ano de 2015, independente de qual governo tenha sido eleito. Na oportunidade, o diretor Hélio Roberto Santos agradeceu a contribuição de todos e aproveitou para pedir que aproveitem os conhecimentos adquiridos para utilizá-los nas assembleias das suas DS e nos debates sobre a Campanha Salarial que já esta deflagrada.
Por onde seguir? – É com esta pergunta que serão retomados os trabalhos da oficina na manhã de terça-feira (2/9), quando haverá a discussão sobre o sindicalismo atual e seus desafios, concepção, prática e funcionamento sindical, além da apresentação da história do Sindifisco Nacional, suas formas de luta, negociação e legislação específica.