Novo subsecretário-geral assume em meio à crise na cúpula da Receita

A Direção Nacional acompanha com preocupação os bastidores envolvendo a substituição de João Paulo Fachada, até então o subsecretário-geral da Receita Federal. As notícias veiculadas na semana passada a respeito de interferências políticas em postos no Rio de Janeiro acenderam o alerta, e o Sindifisco posicionou-se de forma veemente em diversos veículos de imprensa, mostrando serem inaceitáveis ingerências dessa ordem, que tornariam o órgão desacreditado perante a opinião pública. A Receita Federal é órgão permanente de Estado, e não de governos de plantão.

As pressões até então surtiram efeito. A exoneração do superintendente da 7ªRF, Auditor-Fiscal Mario Dehon, que estaria prevista para ocorrer na sexta passada, não se efetivou. O mesmo em relação ao delegado da Alfândega do Porto de Itaguaí.

A saída de Fachada, nesse contexto, precisa ser avaliada sobretudo observando as credenciais de quem o está substituindo. Não se pode acusar toda e qualquer mudança de interferência política, sob pena de, com esse argumento, defender-se a perpetuação dos atuais administradores. É razoável supor que o Auditor-Fiscal José de Assis Ferraz Neto está assumindo para dar cumprimento às tais ingerências no Rio? Ou, ao contrário, assume com a condição de que não ocorrerão?

As primeiras notícias que chegam dos Auditores-Fiscais que conviveram com José de Assis ao longo de mais de 20 anos são bastante positivas, destacando não apenas sua capacidade técnica e experiência, mas também sua preocupação com a valorização do cargo e da Receita Federal, demonstradas na sua efetiva participação em momentos cruciais da Classe, a exemplo do trabalho parlamentar em torno da PEC 443. À época, José de Assis ocupava o cargo de superintendente adjunto da 4ªRF, e jamais se furtou a defender o cargo e a instituição, segundo relatos de diversos Auditores-Fiscais de Recife, seu local de lotação.

Hoje, trabalhando na área de fiscalização da DRF Recife, um fiscal da ponta, José de Assis vem assumir uma posição de comando em momento extremamente delicado. Espera-se que o novo subsecretário-geral encontre, ao menos internamente, um ambiente menos hostil do que o externo, para que possa bem defender a Receita Federal em todas as instâncias.

 

 

 
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