Novo estudo do Sindifisco aponta crescimento da concentração de renda no país nos últimos anos

Os mais pobres estão ganhando menos e pagando mais Imposto de Renda que os ricos. A análise consta no estudo feito pela Diretoria de Estudos Técnicos do Sindifisco Nacional com base nas declarações do Imposto de Renda referentes a 2022. De acordo com o material, em 2021, a renda total declarada no país foi de R$ 4,238 trilhões, um aumento expressivo se comparado ao ano de 2020, que foi de R$ 3,403 trilhões.
Porém, essa elevação se deu em um contexto de maior concentração de renda. A classe média e os mais pobres, que recebem até 20 salários-mínimos, diminuíram a sua porcentagem na renda declarada passando de 56% para 54,5%. Já os mais ricos, foram de 44% de participação na renda total declarada para 45,5% em apenas um ano.
A categoria dos “lucros e dividendos recebidos pelo titular e pelos dependentes” totalizou, em 2021, R$ 555,68 bilhões. O crescimento observado foi de 44,61% ante os R$ 384,27 bilhões declarados em 2020, segundo o estudo. Para o Sindifisco Nacional, esse movimento se deve às expectativas dos agentes econômicos de um possível restabelecimento da tributação sobre lucros e dividendos distribuídos, discutido pela equipe econômica do antigo governo. Assim sendo, parte do empresariado antecipou a distribuição dos lucros para evitar uma provável taxação.
A denúncia do sindicato sobre o aumento da desigualdade de renda foi destaque no site da BBC Brasil, de segunda-feira (28). Leia aqui na íntegra.