Centrais pressionam pela correção da tabela do IR
Segundo informações do site de O Globo, nesta terça-feira (18/1), as centrais sindicais cumpriram a promessa e ingressaram com ações na justiça federal em pelo menos 20 estados, para pressionar o governo federal a ajustar a tabela de IR (Imposto de Renda) da pessoa física. O Executivo já sinalizou que não haverá reajuste da tabela este ano, mesmo depois de manter uma política de atualização anual de 4,5% da tabela com a intenção de compensar a inflação. A informação foi notícia nos portais O Estado de S. Paulo, Terra e outros.
A decisão das centrais partiu de um alerta do Sindifisco Nacional, que por meio de um estudo amplamente divulgado pela mídia, demonstra que a tabela de IR está defasada desde 1995. Cálculos do Sindicato apontam que a tabela acumula uma discrepância de 64%, até 2010. Somada a inflação de 2010 – a expectativa é que feche em 5,31% – e a falta de correção para 2011, a diferença sobe para 71,5%.
Segundo a matéria do jornal O Estado de S. Paulo, o governo terá uma arrecadação extra este ano da ordem de R$ 5,7 bilhões se a tabela não for corrigida, segundo afirmações do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. Os sindicalistas argumentam que milhares de trabalhadores, que estavam isentos, passarão a pagar IR se não houver correção. Da mesma forma, quem já pagava passará a pagar mais imposto.
De acordo com o diretor de Estudos Técnicos do Sindifisco, Luiz Antonio Benedito, sem a correção da tabela, os trabalhadores assalariados que tiveram sua remuneração reajustada não terão ganho real em seus vencimentos. “Digamos que no ano anterior você estava na faixa de isento e, neste ano, tenha obtido um reajuste em função da inflação e, com isso, passa a contribuir. Vai passar a pagar 7,5% [percentual que incide sobre a primeira faixa de cobrança] sobre o que excedeu, sem ter ganho real algum”, explicou o sindicalista.
A reportagem de O Estado de S. Paulo ressalta que os trabalhadores têm conseguido negociar acordos com os patrões que garantem aumentos reais de salários ou ao menos a reposição da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que foi de 6,4% em 2010 – é este mesmo percentual que as centrais reivindicam para o reajuste da tabela de IR.
Manifestações – Desde a divulgação do estudo do Sindicato, há dois meses, as centrais sindicais se mobilizaram em prol do reajuste da tabela. Em matéria publicada no portal Terra, o presidente da Força Sindical denuncia falta de diálogo com governo e por isso as centrais sindicais entraram na justiça.
Nesta terça-feira, a Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central, CGTB, CTB também promoveram manifestações em diversas cidades do país, cobrando a correção da tabela de Imposto de Renda, além do salário mínimo de R$ 580. Em São Paulo, representantes de centrais se reuniram na Avenida Paulista, na região central da cidade antes de ingressar com as ações na justiça.