Mídia alerta para defasagem da tabela

Na segunda-feira (19/5), o jornal Gazeta, do Espírito Santo, abriu sua seção de Economia com a chamada “Mordida Violenta – Quem ganha até R$ 3 mil deveria ser isento de IR”. Ainda no alto da página, o matéria estampa: “Governo ignora inflação real; defasagem na tabela chega a 66%”. A publicação faz as afirmativas com base em estudo do Sindifisco Nacional e nas explicações do presidente da instituição, Cláudio Damasceno.  

Desde o dia 1º de maio, quando a presidente Dilma Rousseff anunciou que a tabela de IRPF (Tabela de Imposto de Renda da Pessoa Física) seria reajustada em 2015, pelo nono ano consecutivo, em 4,5% pelo centro da meta da inflação, a mídia tem alertado que o Governo não tem considerado a inflação real. Só em 2013, ela chegou a 5,91% e continua onerando trabalhadores que sequer deveriam pagar Imposto de Renda.  

Como a inflação tem ficado acima do percentual de reajuste da tabela, a defasagem continua crescendo em ritmo acelerado. O jornal alerta que este ano a defasagem deve fechar em 64,4% e, em 2015, em 66,6%. 

A fim de demonstrar quão injusto tem sido o sistema vigente, o jornal utilizou simulações de técnicos do Sindifisco, que mostram qual seria o Imposto de Renda pago em algumas faixas de renda. 

“Por exemplo, quem possui remuneração de R$ 3 mil terá de pagar mensalmente ao Leão, em 2014, R$ 114,97. No ano que vem, com a correção de 4,5%, o imposto a recolher cai a R$ 99,89. Se a tabela estivesse em dia, esse mesmo contribuinte estaria isento”, destaca trecho da matéria.

Se a tabela de IR estivesse sendo reajustada devidamente, em 2015, só pagaria Imposto de Renda o contribuinte que tivesse rendimentos acima de R$ 3.112,65. Mas, com a correção do Governo, a mordida do Leão atinge quem ganha muito menos -“vai pagar quem ganha acima de R$ 1.868,22”, segundo cálculos do Sindifisco Nacional, fornecidos à Gazeta.

Apesar de todo o cenário descrito, a presidente Dilma Rousseff anunciou o reajuste da tabela no dia 1º de maio como se fosse um presente ao trabalhador.  “Presente de Grego”, destaca a publicação. 

Cláudio Damasceno completa: “Mas que presente é esse se o trabalhador segue pagando o que não deveria? Só no governo Dilma a defasagem é de 6,7%. Para corrigir isso, ela deveria dar 11,5% ano que vem, só para fechar o mandato zerada. O grande problema é que o governo, na hora de corrigir a contribuição do trabalhador, leva em conta a meta de inflação; na hora de combater o avanço dos preços, não é bem assim”, destacou o sindicalista para o jornal. 

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