“Trabalhar na Receita Federal do Brasil sempre foi meu sonho”
A primeira entrevistada do Sindifisco Nacional como umas das homenageadas do Mês da Mulher é a Auditora-Fiscal Patrícia Prisco Paraíso Barreto de Andrade, gerente do CRC (Centro Regional Conjunto de Capacitação Aduaneira) no Brasil, órgão inaugurado na capital federal, em abril de 2010, com o objetivo principal de promover a modernização da aduana brasileira.
O CRC é um órgão parceiro da Esaf (Escola de Administração Fazendária) e da Organização Mundial das Alfândegas para as Américas e Caribe, e, segundo Patrícia Prisco, foi instalado no Brasil também com a finalidade de implantar no país uma estrutura de capacitação para aduaneiros das Américas e do Caribe. O Centro oferece treinamentos e cursos de capacitação com aulas presenciais e à distância.
Patrícia conta que estava exercendo o cargo de chefe da Dipav/Suari (Divisão de Planejamento da Subsecretaria de Aduana e Relações Internacionais) quando teve em mãos o projeto de criação e implantação do Centro em Brasília. “Me pareceu extremamente importante e desafiador. Assim, com a anuência do subsecretário da Suari, do então secretário da RFB [Receita Federal do Brasil] e da diretoria-geral da Esaf, fui designada para exercer a gerência do CRC”.
Desafios – A Auditora conta que o maior desafio no desempenho de sua função é administrar as demandas dos envolvidos no projeto CRC: Aduana brasileira, Aduanas das Américas e do Caribe e OMA (Organização Mundial de Alfândegas). “Interagir com as pessoas e ser assertiva é um grande desafio. Acredito que ser mulher, nesse contexto, é uma vantagem, pois, de uma maneira geral, as mulheres são criativas na solução de problemas”, explica.
Ao ser questionada sobre o segredo para se destacar em um ambiente ainda tão masculino como a área aduaneira, Patrícia Prisco responde que ser determinada, destemida e, principalmente, disciplinada são alguns dos segredos. Ela destaca ainda que gostar da área de atuação também é “essencial”.
Receita – Nascida em Salvador (BA), Patrícia Prisco é formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Marketing. Antes de entrar na Receita, trabalhou em agência bancária e atuou como empresária. Ela ingressou na RFB em junho de 2002, na alfândega do Aeroporto Internacional de Salvador. Atuou também na Delegacia da RFB em Cuiabá. No ano de 2009, veio para Brasília onde exerceu os cargos de assessora da Subsecretaria de Aduana e Relações Internacionais e de chefe da Dipav/Suari.
“Trabalhar na Receita Federal do Brasil sempre foi meu sonho, desde quando decidi entrar para o serviço público, por considerar a Receita um órgão de excelência. Consequentemente, ser Auditora-Fiscal, especialmente na área aduaneira, área de meu maior interesse, foi um objetivo perseguido com muita obstinação”, afirma Patrícia.
Outro grande desafio da Auditora-Fiscal é conciliar a vida profissional com a pessoal. “Acredito que impor limites aos dois aspectos de nossa vida seja uma saída. Cada um tem que ter seu espaço bem definido. Porém, é preciso compreender que, em determinados momentos, um aspecto precisará de mais atenção que o outro”, explica.
"Acredito que ser mulher, em qualquer área de trabalho, é um desafio a mais para enfrentar no caminho para a ascensão funcional. Não gosto de falar de dificuldade, mas há, sem dúvida, para a mulher, uma situação ‘especial’ a conciliar: vida pessoal – família, filhos e casamento – e vida profissional. O chamado ‘terceiro turno’ da mulher ainda existe, e essa situação ‘especial’ nos exige, sem dúvida, mais criatividade e mais empenho para conseguirmos lutar em ‘pé de igualdade’ com os homens”, reforça a Auditora.