Dia Nacional de Luta reúne 10 mil pessoas na Avenida Paulista
No Dia Nacional de Luta, que reuniu mais de 10 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, na quinta-feira (11/07), havia muitas palavras de ordem, mas dentre elas, o lema do Imposto Justo se destacou. Afinal, todos os trabalhadores brasileiros querem isso. A concentração ocorreu a partir do meio dia, em frente ao Masp e seguiu pela Rua Consolação até a Praça da República – finalizando perto das 17h. Auditores-Fiscais de todo país atenderam à conclamação da DEN (Diretoria Executiva Nacional), contataram suas DS (Delegacias Sindicais) e marcaram presença no evento.
Do carro de som das Centrais Sindicais, o presidente Pedro Delarue explicou as linhas gerais da campanha do Imposto Justo: “no Brasil, trabalhador que ganha mais de R$ 1.700 já paga Imposto de Renda. Mas empresário que ganha um milhão não é tributado. Quem tem carro popular paga IPVA. Mas banqueiro e dono de jatinho não pagam”.
Para o sindicalista, o povo precisa ir para o Congresso Nacional e lutar para que os mais ricos contribuam para garantir a todos mais saúde, educação e segurança. Delarue aproveitou a oportunidade e criticou a série de desonerações concedidas pelo Governo, que não se reverteram em geração de empregos ou preços mais justos nas prateleiras.
Enquanto isso, no carro de som do Sindifisco Nacional, o diretor-adjunto de Justiça Fiscal e Seguridade Social, Luiz Fuchs, o diretor de Defesa Profissional, Dagoberto Lemos, e o presidente da DS/São Paulo, Rubens Nakano, apresentavam as diretrizes da campanha Imposto Justo, como: a correção da tabela do Imposto de Renda e a PEC dos Jatinhos – medidas que vão beneficiar os trabalhadores brasileiros e aliviar o bolso dos contribuintes, equalizando a capacidade contributiva.
Para Nakano, o Governo tem sim, nos últimos anos, exercido um papel fundamental, mas para o empresariados. “O Sindifisco tem sugestões para beneficiar a sociedade e tem trabalhado para fazer uma revolução tributária, de maneira que haja justiça fiscal e social, em detrimento das benesses concedidas ao empresariado”, disse.
Os sindicalistas distribuíram camisetas, bonés e adesivos do Imposto Justo por todo o percurso. Bandeiras do Sindifisco e faixas com lemas em defesa dos Auditores-Fiscais puderam ser vistos em toda a Avenida Paulista. Destaque para a anulação da reforma da previdência, aprovação da PEC 555/06, defesa da Lei Orgânica do Fisco, regulamentação do direito de greve e paridade entre ativos e aposentados, entre outras reivindicações.
Do caminhão do Sindifisco, uma dupla de repentistas animou os participantes da marcha cantando temas relativos a justiça fiscal. Ao mesmo tempo, uma equipe de apoio com dez pessoas coletou cerca de 1.500 assinaturas de apoio ao Imposto Justo. Além disso, o grupo distribuiu panfletos com explicações sobre a campanha. Em dado momento, eram inúmeros os manifestantes de outras entidades e populares que portavam bonés e camisetas do Imposto Justo, ou empunhavam bandeiras do Sindifisco.
Fuchs aproveitou a presença de centenas de manifestantes em frente ao carro de som do Sindifisco Nacional e fez o convite: “Se temos tanta gente aqui hoje, precisamos do mesmo número de assinaturas de apoio ao Imposto Justo. E se o governo ajudou as pessoas, foram sempre as pessoas jurídicas, nunca os trabalhadores que estão aqui hoje”, disse ao ser aplaudido.
Para o diretor Dagoberto Lemos, “enquanto não exigirmos mudanças no país, seremos sempre um país dos empresários”, disse.
O presidente do Sindifisco também concedeu uma série de entrevistas durante a mobilização, e foi questionado desde as várias bandeiras de luta levantadas pelo Sindicato na ocasião, como a questões tributárias mais complexas como os programas de recuperação fiscal. “Refis é aposta do sonegador em não ser pego. E se for pego, em parcelar essa dívida. É contra esse tipo de postura que o Sindicato também luta”, explicou Delarue.
Para o Auditor-Fiscal Gilmar de Souza, da DRF Divinópolis, o momento é ideal para que o Sindicato mostre bandeiras de luta que não beneficiam somente à Classe. Apesar de ser ativo, o Auditor afirmou que estava na passeata em prol da PEC 555/06.
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