Manifestação reúne seis mil servidores em Brasília
Será impossível para o Governo Federal ignorar o Ato de Protesto ocorrido na tarde de quarta-feira (8/8), em Brasília (DF). A imensa manifestação do funcionalismo público reuniu aproximadamente seis mil servidores públicos federais em frente ao Ministério Planejamento com bandeiras e palavras de ordem. A mensagem ao Executivo foi uma só: não haverá retrocesso das carreiras até que as reivindicações sejam atendidas.
A manifestação durou, ao todo, quatro horas. Durante o protesto, os servidores caminharam até o Palácio do Planalto, onde foram recepcionados, de forma truculenta, por uma barreira de seguranças e policiais militares que chegaram a utilizar spray de pimenta para dispersar os manifestantes. No entanto, a truculência não venceu o impeto do funcionalismo.
O Sindifisco Nacional levou ao ato 600 Auditores-Fiscais de todo o país. O presidente da entidade, Pedro Delarue, destacou a falta de respeito com a negociação por parte do Executivo e a insatisfação do setor. “Parabenizo a presidente Dilma por ter conseguido um feito que nem mesmo Fernando Henrique Cardoso alcançou, que é reunir todo o funcionalismo público contra o Governo, todos estão reunidos para demonstrar o quanto estão insatisfeitos", ressaltou o sindicalista.
Delarue relembrou ainda o equívoco do Governo com a aposta de que a mobilização não passará do dia 31 de agosto, em função do prazo para o envio do projeto com o Orçamento 2013 para o Congresso Nacional. "O Executivo está equivocado, não trabalhamos com datas, não vamos parar depois que o Orçamento for enviado, só quando formos atendidos, o Governo que mude a Lei”, avisou o sindicalista.
O Decreto 7.777/12 e a Portaria MF (Ministério da Fazenda) nº 260, editados neste mês com claro intuito de dar fim à mobilização, também foram temas lembrados pelos manifestantes. Muitos argumentavam que as normas acabaram unindo ainda mais o funcionalismo público. O Ato ainda teve a participação dos servidores da área de segurança do Distrito Federal que realizavam, paralelamente ao Ato, uma ação denominada como “O dia da realidade de segurança pública no DF”. Em protesto, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) também promoveu diversos protestos em rodovias de oito estados brasileiros.
Durante o ato, o presidente do Sindicato dos Auditores-Fiscais do Distrito Federal, Rubens Roriz, afirmou que, em Brasília (DF), não haverá um só fiscal que atenda ao Decreto 7.777/12 e à Portaria MF nº 260, que propõem a substituição provisória dos Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) em greve por Fiscais distritais ou estaduais. “Não vamos furar a greve de ninguém”, garantiu.
Pela disposição demonstrada durante o ato, está claro que, mesmo diante das represálias, os servidores públicos têm fôlego para enfrentar a intransigência do Governo.
Mídia – A imprensa acompanhou toda a manifestação. Em entrevista à Band News TV e Rádio, ao SBT e ao Correio Braziliense, Pedro Delarue disse que a categoria já está ciente de que o Governo nada apresentará no dia 13 de agosto, data que o próprio Executivo marcou para dialogar com as carreiras. O sindicalista lembrou também que a categoria está em Campanha Salarial há um ano e meio e que foi o governo quem os empurrou para a mobilização.
Após o ato, as carreiras típicas de Estado foram recebidas pelo secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.
{yoogallery src=[images/publicacoes/boletins/2012/08agosto/Bol721/ato/]}