20 de novembro: Dia da Consciência Negra
Neste sábado – 20 de novembro – será comemorado o “Dia da Consciência Negra”. A data, que marca a trajetória em busca de direitos e a luta contra o preconceito racial, também é lembrada pelo Sindifisco Nacional, que atua como agente de transformação social. A entidade possui um Núcleo de Políticas Sociais, formado pela DEN (Diretoria Executiva Nacional) e pelas Delegacias Sindicais interessadas no tema, e tem o objetivo de discutir assuntos correlacionados não só à questão racial, mas a diversas outras causas de interesse da sociedade. Para lembrar o Dia da Consciência Negra, o Sindicato publica abaixo um artigo alusivo a toda essa luta.
"Temos de enfrentar dificuldades, mas isso não me importa, pois eu estive no alto da montanha. Eu gostaria de viver bastante, como todo o mundo, mas não estou preocupado com isso agora".
As palavras acima fazem parte do famoso discurso com o título “I have a dream” (Eu tenho um sonho), proferido pelo líder negro americano Martin Luther King Jr. no ano de 1963, no encerramento da “Marcha para Washington”, movimento pacífico que contou com a participação de mais de 200 mil pessoas, objetivando conquistar os direitos civis para os negros norte-americanos.
Luther King era pastor batista, doutor em Teologia e se especializou em temas ligados à filosofia do protesto não violento, inspirado nos pensamentos do hindu Mohandas Karamchand Gandhi e obteve o prêmio Nobel da paz em 1964.
Em 1955, organizou o primeiro movimento de protesto a um ato discriminatório a uma passageira negra, dando início à luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. O líder negro comandou marchas pacíficas contra a segregação dos negros nos Estados Unidos, pelo fim das discriminações no mercado de trabalho e pela conquista dos direitos civis e eleitorais, conquistados em 1964 e 1965. Dr. King nasceu no ano de 1929, e em 4 de abril de 1968 foi assassinado na cidade de Memplis, Tenessee, por um branco que foi preso e condenado a 99 anos de prisão.
A exemplo de Luther King, temos outros líderes afrodescendentes que, em diversas partes do mundo, deram as suas vidas pela libertação dos seus irmãos étnicos das humilhações de serem considerados inferiores aos demais, somente por terem a pigmentação da pele mais escura. Dentre eles, podemos citar no Brasil o grande líder Zumbi de Palmares.
Zumbi nasceu no mais politizado quilombo brasileiro, então localizado no estado de Alagoas. Foi retirado com poucos dias de vida numa das expedições ao Quilombo no ano de 1655 e entregue ao padre Antônio Melo, em Porto Calvo, que o criou e educou. Com 10 anos já falava fluentemente português e latim. Aos 15 anos, retornou ao Quilombo de Palmares se reintegrando a seu povo, adotando o nome de Zumbi. Tornou-se líder do quilombo e o mais famoso militante político na luta contra a escravidão dos afrodescendentes no Brasil.
Tanto Martin Luther King Jr. quanto Zumbi de Palmares lutou por uma sociedade sem discriminações e sem escravidão, que é a forma mais humilhante de exploração capitalista de um ser humano pelo outro. Zumbi foi assassinado no dia 20 de novembro de 1695, após muitas expedições patrocinadas por latifundiários apoiados pelo governo de Pernambuco. Por isso, nessa data se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, feriado em diversos municípios brasileiros.
Decorridos 315 anos da morte de Zumbi de Palmares, continua a luta pela conquista de uma sociedade sem discriminações racial e social. Prova de que a luta ainda não acabou.
(De autoria da DEN, por meio da sua Diretoria de Políticas Sociais, e da Delegacia Sindical Araraquara – Walter Miranda)