Lilian Perazzolo, uma mulher sem medo de mudanças
O mês de março seria apenas mais um se nele não fosse comemorado o Dia Internacional da Mulher, data em que se oportuniza contar histórias de mulheres que venceram obstáculos que, para muitos, não seriam transponíveis. É o caso da Auditora-Fiscal Lilian Perazzolo Atz, mãe do pequeno Lucas, de apenas dois anos. Aprovada no certame de 2009, ela enfrentou sem receios o curso de formação mais curto da história da RFB (Receita Federal do Brasil), ocorrido em 2011, em 30 dias corridos.
Lotada em Manaus (AM), na 2ª RF (Região Fiscal), ela relembra um pouco do que foi sua trajetória até chegar ao cargo de Auditora-Fiscal. Lilian Perazzolo deixou o sul do país em direção à Brasília, onde funciona a Esaf (Escola de Administração Fazendária) com o filho que, à época, tinha quatro meses.
Nos poucos instantes de intervalo das aulas e dos estudos, dedicava-se a amamentar o pequeno – para os demais cuidados com o bebê, contava com o apoio de sua mãe e de uma cunhada. As 238 horas do curso – que configuram a segunda fase do concurso público a fim de atestar a aptidão prática para o ingresso na carreira – eram apenas mais um passo em direção ao desejo de se tornar Auditora-Fiscal.
Passada a exigência da formação, Lilian Perazzolo foi nomeada para exercer função no Porto de Manaus em junho de 2011. Natural de Caxias do Sul (RS), a recém-formada Auditora-Fiscal já havia atuado como analista tributária, desde 2005, lotada no município de Novo Hamburgo, também no Rio Grande do Sul.
Ela deixou familiares e marido e partiu, com seu filho, para um outro extremo do país – saiu do frio gaúcho para o calor manauara – com a determinação de atuar no cargo que levou um ano e meio para conquistar. Outra pessoa poderia pensar duas vezes antes de enfrentar a mudança, mas não Lilian Perazzolo. “Estou lotada no despacho aduaneiro no Porto de Manaus e muito feliz por estar nesta unidade, onde vivencio situações cotidianas que permitem o pleno exercício das atribuições do cargo”, comemora a Auditora.
Apesar das palavras tranquilas, sua chegada à capital amazonense foi um choque de realidade. “A cidade de Manaus parece outro país. Distante da família, me deparei com uma cultura totalmente diferente, digo nos aspectos de relacionamento, hábitos alimentares, também sentia falta do frio. Mas tudo isso já faz parte do passado, o fato de ter muitas pessoas na mesma situação me ajudou muito a me adaptar”, conta.
Sobre o trabalho em si, Lilian Perazzolo relembra o curso de formação. “Foi muito bom e nos permitiu uma visão geral. Mas as atribuições mesmo foram aprendidas na prática”, afirma. Sobre a distribuição dos Auditores-Fiscais nas funções, ela avalia que deveriam ser levadas em conta as especificidades da formação de cada um.
Há pouco mais de um ano na função, Lilian Perazzolo almeja trabalhar na área de relações internacionais, fazer um curso no exterior – objetivos nada difíceis para quem tem determinação de sobra.