Kleber Cabral defende fiscalização e Auditores na Rádio Bandeirantes

O presidente do Sindifisco Nacional, Kleber Cabral, deu entrevista (ouça abaixo) nesta segunda (5) ao apresentador do programa Faixa Livre da Rádio Bandeirantes, Paulo Passarinho, sobre o cerceamento do Supremo Tribunal Federal ao trabalho dos Auditores-Fiscais da Receita Federal.

Kleber considerou o afastamento de dois Auditores-Fiscais da equipe especial de fraude uma tentativa de intimidação de toda a classe. Os afastados estavam envolvidos em apurações ligadas aos ministros do STF Gilmar Mendes e Dias Toffoli, assim como suas esposas.

Os dois Auditores foram alvos de investigação da Corregedoria da Receita sobre o vazamento de informações sigilosas. Ao contrário do que foi alegado pelo ministro Alexandre Moraes, nomeado relator, sem sorteio, no inquérito das "fake news" instaurado por Toffoli, a Corregedoria concluiu que o vazamento foi um erro procedimental, e não uma estratégia com interesses políticos.

“Enxergamos o afastamento como uma medida intimidatória contra todos os Auditores-Fiscais. Depois disso, quem vai quere mexer com os poderosos?”, ponderou o presidente do Sindifisco.

Kleber Cabral explicou que o monitoramento das autoridades politicamente expostas segue critérios defendidos pela ONU e que a comunicação de indícios de ilícitos a órgãos como o Ministério Público é um importante elo no combate à corrupção e aos crimes do colarinho branco. “Sempre que o Ministério Público identifica a necessidade de ampliar a investigação, solicita autorização judicial. Não faz sentido querer bloquear logo no início o compartilhamento de informações entre o Fisco e o MP”, defendeu.

O presidente do Sindifisco criticou o fato de o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, ter usado apenas as redes sociais para se manifestar, sem defender a fiscalização. “Aguardamos uma manifestação concreta. Não é possível que agora fiscalizar contribuintes de alto relevo se torne desvio de finalidade do órgão. Acho que é o contrário. O órgão está aí para fazer com que todos brasileiros sejam submetidos aos crivos da fiscalização”, argumentou. 

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