Jornal O Globo destaca estudo do Sindifisco sobre defasagem da tabela do IR

Com base em estudo técnico feito pelo Sindifisco Nacional, o jornal O Globo destacou, na edição desta sexta-feira (15), que a aceleração da inflação e a falta de atualização da tabela de Imposto de Renda estão causando aumento histórico na tributação das pessoas de baixa renda. A reportagem ressalta ainda que a defasagem acumulada da tabela do IR no governo do presidente Jair Bolsonaro atingiu 26,6% em junho de 2022 – sendo o maior índice entre os governos com mandatos desde 1996.
O texto reforça que, antes de Jair Bolsonaro, os maiores índices foram registrados nos governos de Fernando Henrique Cardoso e o menor, no segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Dentre as promessas feitas pelo presidente Bolsonaro, estava a ampliação da faixa de isenção do IR para R$ 5 mil, que não foi adiante. De acordo com o jornal, chegou a tramitar no Congresso um projeto para atualização da tabela do IR, com ampliação da isenção do imposto para R$ 2,5 mil, mas também não avançou.
Conforme o Sindifisco, de janeiro de 2019 a junho de 2022, a defasagem da tabela é de 26,57%. De 1996 a junho de 2022, o acúmulo é de 147,37%. Para demonstrar o que aconteceria caso toda a defasagem fosse corrigida, o jornal reproduziu uma simulação feita pelo sindicato:
“Nesse cenário, apenas pessoas que ganham acima de R$ 4.670,23 pagariam IR. O Sindifisco usou como exemplo uma pessoa que ganha R$ 5 mil, após as deduções. Atualmente, ela paga R$ 505,64 de IR. Caso a tabela fosse corrigida integralmente, a contribuição cairia para R$ 24,73”.
O presidente do Sindifisco Nacional, Auditor-Fiscal Isac Falcão, registrou que, quando não há a correção da tabela, o tributo acaba atingindo em cheio os mais pobres, que perderam seu poder de compra ao longo do período. “Não corrigir a tabela é uma forma de aumentar o imposto para essa numerosa parcela da população que, além de arcar com o IR, precisa também lidar com os tributos indiretos, que incidem sobre o consumo”, concluiu.