Jornal chama atenção para defasagem da tabela de IR

A defasagem da tabela de IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física) foi destaque do Caderno de Contabilidade da edição de quarta-feira (17/12) do jornal Comércio do Rio Grande do Sul. Sobre o assunto, o veículo ouviu presidente do Sindifisco Nacional, Cláudio Damasceno, que falou sobre a campanha Imposto Justo.

A matéria volta à mídia uma vez que o Governo está prestes a encaminhar Medida Provisória ao Congresso Nacional para o reajuste da tabela. A previsão é que a correção seja de 4,5%, índice abaixo da inflação, que este ano deve fechar em 6,5%.

Caso a correção se confirme, aumentará ainda mais a defasagem da tabela de IR, que já apresenta uma diferença de 61,24%. Se a defasagem fosse corrigida, só pagaria imposto quem tivesse renda a partir de R$ 2.758,47. Atualmente, é tributado o cidadão que tem salário de R$ 1.710,79, ou seja, basta receber 2,5 salários mínimos no Brasil para pagar Imposto de Renda.

O jornal destacou que “há 18 anos, os descontos começavam em nove salários mínimos”.

A campanha Imposto Justo prevê a correção da tabela de IR a cada ano, entre 2015 e 2024, em 5% mais a variação do rendimento médio do trabalhador medido pelo Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domícilios). Com a não correção da tabela, o Governo está penalizando as pessoas”, disse Damasceno ao jornal.

Com a reposição da defasagem nos moldes propostos pelo Sindifisco, o Governo teria uma “perda” de R$ 14 bilhões na arrecadação. Mas, para evitar o efeito negativo nas contas públicas, a iniciativa propõe a retomada da tributação de lucros e dividendos, o que traria uma receita de R$ 18 bilhões a cada 12 meses.

“Essa tributação existiu até 1995 e cobriria uma suposta perda, trazendo até superávit. Seria um encontro de contas, que faria justiça fiscal para a grande massa de trabalhadores do País”, sinaliza Damasceno.

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