Jornal anuncia possível greve geral no setor público
“O governo Lula conversava e o governo Dilma também conversa. Só que, com Lula, a conversa tinha consequências. O governo tinha intenção de negociar e dar aumento. Com Dilma, não há nada efetivo para oferecer. Há muita conversa e pouca ação”, declarou o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, em reportagem publicada nessa quinta-feira (12/1) no jornal Valor Econômico.
Delarue também destacou que os Auditores-Fiscais da RFB estão mobilizados em virtude da insatisfação crescente. “Estamos nos preparando. Se as propostas resultarem em algo que não reconheça as perdas podemos chegar a um movimento para demonstrar a nossa insatisfação”, antecipou o sindicalista.
A reportagem anuncia a possibilidade de uma greve geral dos trabalhadores do setor público: “Após oito anos de proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável pela concessão dos melhores acordos salariais desde a redemocratização, as categorias que representam os cerca de 1 milhão de servidores públicos estão insatisfeitas com o tratamento dispensado a elas pela sua sucessora. Em 2011, reivindicaram aumento de salários equivalente a R$ 40 bilhões, mas o governo concedeu apenas R$ 1,6 bilhão. Neste ano, Dilma já avisou que as negociações que vierem a acontecer não contemplarão novos reajustes”, diz o jornal.
De acordo com a reportagem, a justificativa oficial para negar reajustes para os trabalhadores do setor público é “a necessidade de manter os compromissos fiscais associada às incertezas do cenário econômico internacional”.
“O funcionalismo pretende obter não só reajustes, mas também melhorias nas condições de trabalho. São mencionadas a falta de estrutura tanto nas fronteiras do país quanto nos novos campi abertos por Dilma e Lula, além da excessiva terceirização e falta de segurança, por exemplo, para os fiscais do trabalho”, completa o jornal.
Na reportagem, representantes de diversas carreiras do setor público confirmam a possibilidade de uma greve ao longo de 2012. “As perspectivas não são boas, e as sinalizações de Dilma são piores. Vamos apostar nas negociações até esgotá-las e se elas não avançarem, vamos radicalizar”, afirmou o secretário-geral da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) Josemilton Costa.