Sindicalistas conseguem reunião com governo

A pressão das centrais sindicais pela correção da tabela do IR, baseada no estudo do Sindifisco Nacional, surtiu efeito. A presidente Dilma Rousseff escalou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para abrir uma mesa de negociação com os sindicalistas. Responsável pelas articulações da Presidência com os movimentos sociais, Carvalho marcou para a quarta-feira (26/1) uma reunião com as seis centrais sindicais, segundo informações divulgadas nos principais veículos de comunicação nesta quinta-feira (20/1).

Os dados do estudo do Sindicato continuam nas páginas dos principais jornais desta quinta-feira, como na coluna Panorama Político do jornal O Globo que destaca o valor da defasagem de 1995 a 2009: 64%.

O Diário do Comércio de Minas Gerais também volta a citar dados do estudo do Sindicato em suas matérias.“De acordo com estudos do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), se o governo fosse compensar toda a inflação acumulada entre os anos de 1995 e 2011 – porque a tabela está defasada desde 1995 – o reajuste deveria ser de 71,5%. Essa defasagem leva o contribuinte a pagar até 800% a mais de imposto”, diz a reportagem.

A Folha de Londrina, o Valor Econômico e o jornal Zero Hora do Rio Grande do Sul usaram o mesmo trecho do estudo. Já no Jornal Tribuna do Brasil, a avaliação do diretor de Estudos Técnicos, Luiz Antônio Benedito, é que, apesar de ter sido corrigida nos últimos quatro anos, a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física ainda está defasada. "Toda vez que há um processo inflacionário, embora inferior aos índices do passado, os salários são reajustados. Se não corrige a tabela do IR, você aumenta a tributação. A previsão de correção vai até este ano [com impacto em 2011]" explica Benedito.

Também deixarão de ser corrigidas as deduções, como despesas médicas e por dependentes, que já são pequenas, pois não correspondem aos valores gastos pelos contribuintes. Se a tabela do IR não for mais corrigida, isso penalizará principalmente os mais pobres, que têm renda menor. Como a alíquota do IR é igual para todo mundo [27,5%], os valores pagos são proporcionalmente maiores para os mais pobres", disse Benedito.
 

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