Governo sinaliza com correção de 4,5% na tabela para este ano

O governo federal sinalizou, pela primeira vez, no sentido de uma leve correção de 4,5% na tabela do IR (Imposto de Renda) este ano. O índice foi cogitado pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, em reunião realizada na quarta-feira (26/1) com representantes de centrais sindicais para discutir correções no IR, no salário mínimo e no vencimento dos aposentados que recebem acima do mínimo.

De acordo com a imprensa, Carvalho teria divulgado a informação do índice de reajuste na tabela do IR após o encontro de mais de duas horas com sindicalistas. O ministro também afirmou que a correção no imposto não tem ligação alguma com o debate sobre o valor para o salário mínimo, que para o governo federal deve ficar em R$ 545.

O reajuste proposto pelo governo é bem inferior ao demandado pelas centrais, que defendem uma correção de 6,46% na tabela. O índice representa a variação registrada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) em 2010. Para o governo, no entanto, o valor não deve ultrapassar 4,5%, que corresponde ao centro da meta de inflação para este ano.

A matéria ainda será alvo de discussão na próxima quarta-feira (2/2) em nova reunião entre as centrais e o governo. No encontro realizado no dia 26 de janeiro, não houve tempo hábil para discutir o reajuste nos benefícios dos aposentados. No entanto, segundo representantes das centrais ouvidos pela imprensa, no topo da pauta da próxima reunião está justamente a discussão sobre a correção da tabela do IR, que já é visto como o ponto mais viável de negociação com o governo.

Vale lembrar que o tema ganhou força após a divulgação de estudo promovido pelo Sindifisco Nacional sobre a desatualização da tabela do imposto. Pelos cálculos do Sindicato, a defasagem da tabela está em 64,1% frente aos valores de 1995 e pode ultrapassar os 70% caso não haja nenhuma correção neste ano. O levantamento do Sindicato tem sido lembrado frequentemente pelas centrais na discussão em prol da atualização da tabela.

De acordo com o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, o governo não deve se esquivar da tarefa de corrigir o IR porque a desatualização das faixas penaliza fortemente os mais pobres. “A correção da tabela é um direito do cidadão e uma obrigação do governo”, defende Delarue. “Mas, além de atualizar os valores para 2011, o governo deve implementar uma política permanente de correção da tabela para evitar essas desgastantes discussões ano após ano”, conclui o presidente do Sindicato.

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