DEN fala sobre defasagem da tabela de IR à Rede Globo

A correção da tabela de IR (Imposto de Renda) para 2014 já está valendo e repete a correção automática de 4,5%, índice abaixo da inflação. A alteração continua na trilha de abocanhar um número cada vez maior de contribuintes. O secretário-geral do Sindifisco Nacional, Mário Pinho, concedeu entrevista ao Jornal Hoje da Rede Globo sobre o assunto na quinta-feira (2/1) e explicou que o Sindicato tem alertado a imprensa e a sociedade sobre os prejuízos com a defasagem da tabela, hoje acumulada em mais de 60%. A entrevista foi ao ar na sexta-feira (3/1) e pode ser lida na íntegra no site G1.

Pinho esclareceu que o déficit de correção da tabela vem desde 1996. De 2002 a 2006,  o Governo aplicou pequenos reajustes, mas sem extinguir a defasagem. A tabela vinha sendo automaticamente corrigida em 4,5% desde 2007 e a previsão era acabar com o uso do percentual em 2010. Entretanto, no início de 2011, por meio da Medida Provisória 528, o Governo resolveu continuar aplicando o mesmo índice de correção até 2015.

“A falta de correção faz com que cada vez mais pessoas paguem impostos e corrói a renda dos trabalhadores. Até 1996, o contribuinte que ganhava até 6,5 salários mínimos era isento do pagamento de Imposto de Renda. Hoje, quem ganha 2,5% já paga”, explicou Pinho.

Imposto Justo – Pinho ainda informou ao jornal, que o Sindifisco Nacional tem como uma de suas bandeiras a correção da defasagem da tabela de IR, a fim de se fazer mais justiça fiscal no país. Com esse intuito, lançou em maio de 2013, a campanha Imposto Justo, que além da correção gradativa da tabela ainda sugere ao Governo uma série e outras medidas em contrapartida para a redução da arrecadação que pode advir da correção.

Repercussão – A defasagem da tabela tem sido assunto recorrente na imprensa nesta virada de ano. No dia 31 de dezembro, o Zero Hora, do Rio Grande Sul, destacou na matéria “Descompasso do IR engole R$ 35 bi ao ano” que, enquanto a inflação cresce a galope, a faixa de isenção se move a passo de tartaruga, abarcando novos contribuintes. “A revisão da tabela em 4,5% (centro da meta da inflação do governo) tributará quem recebe a partir de R$ 1.787,78 por mês”, diz trecho do texto. 

No mesmo dia, o jornal de Santa Catarina traz alerta do ex-presidente do Sindicato, Pedro Delarue, de que defasagem custa de R$ 30 bilhões a R$ 35 bilhões por ano aos contribuintes. Ele explicou que, nesse caso, o dinheiro é obtido de forma indevida da população.

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