Imprensa dá destaque à mobilização dos Auditores e ressalta falta de resposta do governo
Em entrevista à CNN Brasil, o presidente do Sindifisco Nacional, Auditor-Fiscal Isac Falcão, esclareceu à sociedade nesta sexta (14) os motivos da mobilização dos Auditores: o não cumprimento de um acordo firmado em 2016 que estabeleceu o bônus de eficiência, além do corte no orçamento da Receita Federal, que põe em risco o funcionamento do órgão a partir do segundo semestre.
“A nossa mobilização não se dirige a um reajuste e, sim, ao problema da iminente paralisação da Receita Federal com efeitos irreversíveis. O orçamento da Receita foi cortado em R$1,2 bilhão. Isso faz com que só haja recurso para o funcionamento normal até maio deste ano. Este é um ponto. O outro é que temos um acordo assinado com o governo em 2016, gerando uma lei aprovada pelo Congresso Nacional em 2017. Desde março de 2017, há uma sucessão de declarações do governo no sentido de não ser o melhor momento. O que estamos vendo agora é mais uma declaração desse tipo. Não nos opomos à reinvindicação de nenhuma categoria do serviço público. Mas a nossa mobilização se dirige a um fim específico e diferente”, detalhou.
A reunião entre Isac Falcão e o ministro da Economia, Paulo Guedes, na quinta (13), também repercutiu na imprensa nacional. Vários veículos de comunicação aguardaram o fim da audiência em busca de informações sobre a continuidade da mobilização dos Auditores-Fiscais.
O jornal Estadão ressaltou que o ministro não apresentou propostas para os Auditores e que afirmou não ser o momento adequado para a regulamentação do bônus. “A única sinalização positiva de Guedes, segundo Isac Falcão, foi sobre o corte no orçamento da Receita Federal para 2022. Guedes, segundo ele, disse que tentará contornar a situação e recompor o orçamento, mas não teria apresentado prazo ou os instrumentos que serão utilizados para isso”, pontuou o jornal.
A falta de uma definição também foi o destaque do portal R7. “De acordo com o Sindifisco Nacional (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), o ministro não quis aceitar algumas reivindicações da categoria, em especial a regulamentação do bônus de eficiência e produtividade. Presidente da organização, Isac Falcão disse que a reunião foi frustrante e que o movimento dos auditores fiscais, em decorrência da insensibilidade do governo, tende a intensificar”.
A Folha de São Paulo também ouviu Isac Falcão e citou que o ministro afirmou compreender as demandas dos Auditores, mas não apresentou prazo para a regulamentação do bônus. “Eles recebem o bônus desde 2017, quando o instrumento passou a ser previsto por lei. Mas a previsão legal é que o pagamento seja variável conforme a produtividade do órgão”, explicou a reportagem.
O posicionamento do presidente do Sindifisco diante da não solução para as demandas da categoria foi o destaque do portal de notícias Uol. O site também citou a declaração de Isac Falcão sobre a tendência de ampliação da mobilização. “O movimento dos auditores fiscais, em decorrência da insensibilidade do governo às reivindicações da categoria, tende a intensificar”, disse. “Não há perspectiva de solução no curto prazo”.
A possibilidade de acirramento do movimento dos Auditores, que inclui a entrega de cargos e operação padrão, entre outras estratégias, foi o destaque das reportagens da Istoé Dinheiro, do Poder360, da Carta Capital e da CNN Brasil.
A continuidade da mobilização da categoria e seus reflexos foram notícia em diversos veículos de comunicação. O Estadão que falou da reunião com Guedes também publicou reportagem sobre a suspensão temporária da concessão de certificação especial a empresas envolvidas com comércio exterior, que são consideradas Operadoras Econômicas Autorizadas (OEA).
De acordo com o Campo Grande News, 60 caminhões esperam para passar pela fiscalização dos Auditores-Fiscais na fronteira com o Paraguai.
O Ponta Porã em Dia destacou a possibilidade de desabastecimento do comércio local, em função da operação dos Auditores-Fiscais.