Idianete Gamboa: História de superação e realização

Superação. É a palavra-chave na vida da maioria das mulheres homenageadas pelo Sindifisco Nacional neste mês de março. Mas na trajetória da Auditora-Fiscal Idianete Gamboa Valentim de Moura o substantivo é ainda mais significativo. Para conquistar os seus sonhos e uma vida mais confortável e tranquila, a Auditora teve que abrir mão de muita coisa, inclusive de ficar perto da família por um período da vida.

A separação ocorreu quando Idianete passou no concurso para o cargo de Auditora-Fiscal da Previdência Social, em 1987, e teve que ir sozinha para São Paulo (SP) assumir a nova carreira. A Auditora lembra que permaneceu trabalhando na capital paulista por um ano e seis meses, mas que o tempo longe da família foi o suficiente para criar ressentimentos em uma das filhas. “Até hoje a minha filha mais velha é ressentida comigo pelo fato de eu ter ficado longe dela”, revelou. Ela lembra que, além da estada em São Paulo, abriu mão de um tempo maior com as filhas, no período de preparação para o concurso – dois meses – e durante o curso de formação.

Como atuava na fiscalização externa, Idianete adiantava a entrega da carga do trabalho para sobrar uns dias no mês para ir à Recife (PE) ficar com a família. Costumava passar três semanas em São Paulo e uma em Pernambuco. “Foi uma época muito sofrida, pois naquele tempo as coisas eram mais difíceis. Algumas vezes tive que enfrentar a viagem de São Paulo à Recife de ônibus devido ao alto preço da passagem aérea. Levava trabalho para o hotel e passava a noite e os finais de semana trabalhando para matar o tempo. Por inúmeras vezes pensei em desistir, mas não desisti”, disse a Auditora.

Idianete só conseguiu voltar para Recife porque fez uma permuta com um colega que queria deixar a capital pernambucana e seguir para São Paulo. “Meu esposo sempre ia à unidade da Previdência em Recife para saber da existência de vaga, e um dia ele ficou sabendo que tinha um Auditor que precisava voltar para São Paulo. Foi difícil, mas conseguimos”.

Idianete é advogada por formação e, antes de assumir o cargo de Auditora, atuou durante dez anos no escritório de advocacia montado com o marido, que também é advogado. Mas ela não se sentia realizada. “Como sempre fui uma pessoa bastante imperativa, me sentia muito incomodada com a morosidade do judiciário e, por isso, acabei adquirindo uma gastrite”, relembra a Auditora.

O fato de não sentir feliz profissionalmente com a carreira de advogada a fez encarar todas as dificuldades para se tornar Auditora-Fiscal. “Não existem obstáculos quando queremos muito alguma coisa. Sugiro a todas as mulheres que lutem, persistam, porque tudo vale a pena”.
Idianete hoje se considera uma mulher realizada. Gosta de seu trabalho na RFB (Receita Federal do Brasil) e conquistou um de seus maiores sonhos: morar em apartamento de frente para o mar.

Na Receita Federal do Brasil, a Auditora atuou por um grande período na fiscalização externa. Hoje trabalha na DRF (Delegacia da Receita Federal) em Recife – 4ª RF (Região Fiscal) -, no Serviço de Orientação e Análise Tributária, na análise de processos de restituição previdenciária da pessoa física e jurídica.

Por toda a bagagem adquirida ao longo dos anos dentro do órgão, Idianete colaborou inúmeras vezes no treinamento de novos Auditores, em Brasília (DF).

Superada todas as dificuldades, com as filhas criadas e já mães, Idianete se sente muito feliz. Fora o trabalho na RFB, a Auditora faz curso de inglês e academia três vezes na semana. Uma mulher totalmente realizada e uma prova viva de que sempre se deve lutar pelos próprios sonhos. 

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