Governo parece apostar que Auditores não paralisarão

Unidade e força. Essas são as duas principais características que os Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) deverão demonstrar para alcançar êxito na Campanha Salarial 2012. A participação nos Dias de Mobilização de Advertência e a presença maciça nas Assembleias são demonstrações inequívocas de que a Classe está convicta da justiça dos pleitos apresentados.

No entanto, alguns setores do Governo parecem não estar acreditando na disposição dos Auditores de cobrar a devida contrapartida pelos serviços de excelência prestados pela Classe, inclusive os sucessivos recordes de arrecadação que têm permitido as desonerações que possibilitam enfrentar a crise internacional. Caso não fosse assim, o Governo já teria aberto efetivamente a negociação com os Auditores, apresentando uma contraproposta à pauta apresentada.

Em vez disso, desde 2011, o Governo tem se limitado a receber os representantes da Classe e a ouvir as reivindicações. Diante dessa radicalização do Executivo, que não quer negociar, os Auditores não tinham outro caminho a seguir a não ser o aprovado na última Assembleia Nacional: paralisação por tempo indeterminado a partir do dia 18 de junho.

A exemplo do que aconteceu na Campanha Salarial de 2008, os Auditores da RFB deverão dar nova e indubitável demonstração de força e unidade paralisando as atividades para que o Governo compreenda de uma vez por todas que a valorização da Classe é uma questão de justiça, já que os Auditores desempenham atividades estratégicas para o Estado.

A sociedade – e até mesmo a imprensa – tem destacado que a paralisação dos Auditores provoca reflexos incalculáveis para o país. Mesmo assim, o Governo vem se omitindo do dever de negociar a fim de evitar prejuízos. Então, os Auditores não poderão ser acusados de intransigentes.

Cobrar a recomposição da remuneração, melhores condições de trabalho e valorização são direitos de todos os trabalhadores. Os Auditores apostaram na negociação, mas não tiveram resposta. Agora, a Classe vai usar de arma que preferia evitar, mas que além de legítima, vai mostrar ao Governo que unidos os Auditores são ainda mais fortes. 

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