Sindifisco rebate acusação de malandragem e oportunismo

Uma declaração atribuída a fontes da Secretaria-Geral da Presidência, divulgada pelo Correio Braziliense de quinta-feira (5/7), acusando o Sindifisco de "malandragem de números e de argumentos de oportunidade" surpreendeu a DEN (Diretoria Executiva Nacional). “Os números que usamos em nossas contestações para o impacto que o Governo alega para atender as reivindicações salariais do funcionalismo público são do Ministério do Planejamento e do Tesouro Nacional”, rebateu o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, ao comentar a acusação.

A malandragem e oportunismo que as tais fontes da Secretaria-Geral da Presidência teriam acusado o Sindifisco dizem respeito às contas que o departamento de Estudos Técnicos do Sindifisco fez apontando que “o governo reduziu o gasto com pessoal, na comparação com a Receita Corrente Líquida, de 56,2%, em 1995, para 35,6%, em 2011. Em percentual do PIB, durante os governos FHC e Lula, os gastos foram de, respectivamente, 4,96% e 4,79%. Na gestão de Dilma, caíram para 4,77%”, diz trecho da matéria do Correio. 

O Governo alega que o impacto para conceder aumento linear de 22% ao conjunto de servidores seria de R$ 60 bilhões. No entanto, segundo boletim estatístico de pessoal elaborado pela secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, o gasto com servidores civis federais, em 2011, foi de R$ 112 bilhões. Ora, 22% de R$ 112 bilhões dão R$ 24,6 bilhões. “Onde estão os 60 bilhões de impacto que o Governo alega?”, questiona Delarue.

Nas contas da DEN, para ter um impacto de R$ 60 bilhões, o reajuste concedido teria que ser de 53,57%. “De quem é a malandragem?”, questiona o primeiro vice-presidente do Sindifisco, Lupércio Montenegro. Já o segundo vice-presidente, Sérgio Aurélio Velozo Diniz, considera que os Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil) estão pedindo é pouco.

“Estamos pleiteando 30% de reajuste, ou seja, apenas a correção inflacionária. Os Auditores não têm auxílios moradia e transporte, nem porte de arma irrestrito, e trabalham em situações de risco permanente nas fronteiras brasileiras”, lembrou Sérgio Aurélio.

“Em 2011, lançamos R$ 109 bilhões em autos de infração. Levando em consideração que somos 11.500 Auditores na ativa, podemos dizer que cada um de nós seria responsável por R$ 9 milhões de retorno para o Estado. Combatemos o crime organizado e fazemos da RFB um órgão de excelência", completou Delarue.

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