Florianópolis mostra disposição durante debate sobre Campanha Salarial

“Temos de mostrar que não há saída para aumentar a arrecadação se não houver estímulo aos Auditores-Fiscais. O Governo só abrirá negociação neste ano se for forçado”. Essa foi a avaliação do presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, que, na terça-feira (2/10), junto a Auditores-Fiscais de Florianópolis (SC) e outras regiões, debateu os rumos da Campanha Salarial e estratégias que permitam a reabertura da negociação ainda em 2012.

Diante da sala lotada, o sindicalista fez um histórico das tratativas ocorridas anteriormente ao dia 31 de agosto, que resultaram na contraproposta do Executivo. E fez um chamamento para a intensificação da operação crédito zero como contribuição ao movimento. “Se não fizermos algo nada vai acontecer. Nós mudaremos ou não a realidade na medida em que mostrarmos nossa importância para as contas públicas”, disse.

Delarue fez um apanhado histórico da Campanha Conjunta, incorporada por 22 entidades sindicais de servidores públicos, e reconheceu sua importância para dar visibilidade ao movimento. Mas lembrou que o momento atual é o do desatrelamento. “Os Auditores puxaram o movimento desde o início e muitas carreiras se beneficiaram, aceitando a proposta governamental. Agora, precisamos lutar por um reajuste compatível às nossas especificidades, tendo como parâmetro o teto do funcionalismo”, enfatizou.

Assunto bastante explorado nas discussões entre os Auditores, a possibilidade de um adicional na remuneração também foi aventada pela DEN (Diretoria Executiva Nacional).

“Já existe um grupo de estudo criado no CDS [Conselho de Delegados Sindicais] analisando essa viabilidade. O que é importante considerar é que esse adicional deve estar ligado a algo específico do cargo e sem prejuízo ao subsídio. Outra condição inegociável é a paridade”, defendeu.

O presidente do Sindifisco lembrou que se a alternativa for considerada viável pela categoria, os recursos para tal benefício viriam do Fundaf (Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização), criado prioritariamente com recursos da RFB (Receita Federal do Brasil).

O mesmo assunto foi levantado pelo diretor de Assuntos Jurídicos, Wagner Vaz. “Essa complementação atrelada ao subsídio não é boa, nem ruim. Depende de como seria implementada e do valor ao qual for atribuída. Por isso, temos de analisar o conjunto, as regras que vão nortear essa possibilidade”, disse Vaz.

A DEN pediu às diretorias de Estudos Técnicos e de Assuntos Jurídicos estudos sobre as gratificações antigas que já existiram para a Classe, de maneira a traçar a evolução desses benefícios, e também sobre a questão da remuneração dos fiscos estaduais. Um terceiro estudo é a possibilidade da convivência do subsídio com uma parcela extra-subsídio. Os três temas servirão para dar embasamento à comissão criada pelo CDS para as discussões sobre a remuneração.

Engajamento – A necessidade de motivação da Classe para manter as ações reivindicatórias foi levantada pelo diretor de Defesa da Justiça Fiscal e da Seguridade Social, Vilson Romero. “É importante ouvir o que a base quer. Hoje, depois de passar por várias instâncias, chegamos à certeza de que devemos continuar a mobilização contra um Governo que é muito forte. Estamos à disposição para sugestões e precisamos da força do movimento que vem de vocês”, disse.

“Temos, sim, que continuar nossa mobilização com as operações. A previsão é de reajuste zero nos próximos três anos. E só vamos mudar esse quadro se mostrarmos nossa importância. Essa é a saída”, reforçou o diretor-adjunto de Administração, Gelson Myskovsky.

Já o coordenador do CNM (Comando Nacional de Mobilização), Eduardo Tanaka, lembrou da possibilidade de mobilização no ano que vem, caso seja necessária.

“O Governo abriu essa possibilidade de negociar até agosto de 2013, então, é importante o movimento ser forte o suficiente para chegar coeso até lá, se for preciso. Por isso, é importante discutir incremento do Fundo do Corte de Ponto e a necessidade de uma greve no futuro. Temas como esse dependem da participação de todos para haver resultado”, afirmou.

Participação – Os Auditores de Florianópolis estão lotados na DRF (Delegacia da Receita Federal do Brasil), DRJ (Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento) e Alfândega. Ao todo, são 399 Fiscais, entre aposentados e ativos.

Além dos Auditores da capital catarinense, participaram representantes das DS (Delegacia Sindical) Blumenau (SC), Londrina (PR), Joaçaba (SC), Joinville (SC), Itajaí (SC), Maranhão, Anápolis (GO) e Amazonas. O grupo participa, nesta terça-feira e quarta-feira (2 e 3/10), de reunião do CNM e do CRM (Comando Regional de Mobilização).

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