Fortalecimento do Estado pauta último dia de Conferência

No encerramento da 3ª Conferência Nacional das Carreiras Típicas de Estado, promovida pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), ocorrida na tarde quarta-feira (16/5), o presidente do Fórum e do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, expandiu a ideia da pergunta do último tema do evento, que questionava se o Brasil estava preparado para a realização de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, marcada para 2016. 

“Um estado que não valoriza o servidor, que passa pela terceirização e nomeia para cargos de confiança por indicação política, não está preparado para ser a potência econômica que esperamos. E por quê? Porque não dá a devida importância para as carreiras típicas de Estado que são o cérebro do Estado”, disse Delarue.

“Vamos continuar trabalhando para fazer com que esse país tenha realmente condições de mostrar um pouco mais de transparência, ajudando a banir a corrupção da administração pública, e trabalhando para que o servidor seja tratado como merece”, completou.

O talk show, cujo tema foi “Copa do Mundo e Olimpíadas: O Estado está preparado?”, contou com a participação do coordenador de Políticas Públicas do Instituto Ethos, Felipe Saboya Braga; do consultor legislativo do Senado Federal, Alexandre Sidnei Guimarães; e do colunista de esportes, Juca Kfouri.

O jornalista Kfouri fez duras críticas à condução do Governo na organização da Copa e alertou para a preocupação de que muitas obras poderão se transformar em grandes ‘elefantes brancos’.

“Podíamos ter aprendido com a África do Sul, que hoje pensa em implodir cinco estádios após a Copa de 2010, mas o nosso ministro [Aldo Rebelo, do Esporte] fala que nossos estádios serão multiuso”.

Kfouri lembrou que o país não pode ser comparado com grandes potências econômicas, que empregam recursos na construção de novas obras esportivas sem abrir mão da qualidade em outros setores primordiais para a sociedade e, portanto, deveria se preocupar com investimento de escolas, aeroportos e hospitais.

Felipe Saboya Braga esclareceu sobre o papel do Instituto Ethos com a iniciativa do projeto “Jogos Limpos”, que tem como propósito colocar a sociedade a par de como são feitos os gastos públicos. “A ideia é ampliar a transparência dos órgãos públicos, a integridade nas relações público-privada e estimular o controle social”, diz.

O outro painel, “Fiscalização e garantia da integridade ética das carreiras de Estado”, teve a participação do procurador da Fazenda Nacional, Aldemário Araújo Castro, que citou aspectos subjetivos e objetivos que podem conduzir ao quadro de corrupção no país.

A valorização do servidor público foi o mote da explanação do presidente da Anpac (Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos), Ernani Pimentel,que fez um alerta a falta de investimento de recursos humanos nos órgãos públicos.

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