Em entrevista à Folha, Isac Falcão fala sobre desmonte da Receita e mobilização da categoria

A condição precária pela qual passa a Receita Federal, após o corte de R$ 1,2 bilhão no orçamento atrelada ao baixo número de Auditores-Fiscais para conduzir as atividades no órgão, foi um dos motes da entrevista do presidente do Sindifisco Nacional, Isac Falcão, publicada na edição de segunda-feira (18) do jornal Folha de S. Paulo.
Ao veículo, ele falou sobre a política de governo de desprestígio do serviço público como um todo e ressaltou que a categoria segue em mobilização contra o desmonte da Receita Federal e pela valorização do cargo. O presidente do Sindicato explicou ainda que, embora o governo tenha ventilado a possibilidade de conceder um reajuste linear de 5% a todos os servidores públicos federais, essa condição não será motivo para que os Auditores interrompam a mobilização.
“A nossa mobilização tem motivos diferentes. Em primeiro lugar, a situação na Receita Federal hoje é insustentável por causa do corte no orçamento da ordem de 51%. Isso inviabiliza o funcionamento da instituição. Além disso, 5.000 auditores se aposentaram nos últimos anos e não foi feito concurso público para a reposição. Isso reduziu o efetivo de auditores em 40%. Ou seja, a gente trabalha com 60% do efetivo. Eram mais de 12 mil, hoje são pouco mais de 7.000. O governo também não regulamentou a lei 13.464 no prazo estabelecido pela própria lei, ou seja, descumpriu a lei”, disse na reportagem.
Perguntado sobre a condução do movimento da categoria, Isac Falcão ressaltou a operação padrão nas aduanas, que vem chamando atenção do empresariado, e a intensificação da entrega de cargos. “De um total de 1.700 cargos de chefia, os auditores fiscais entregaram 1.200. Isso é uma coisa incomum”, explicou.
Ele também falou da importância do aumento de efetivo para a garantia da prestação de serviços com agilidade e segurança, que é o binômio que opera nas aduanas. E que, atualmente, com a falta de pessoal e de verba, essa condição fica ameaçada sob o risco de afetar a economia nacional.