Operação Alquimia evidencia relevância da atuação da RFB
Cerca de R$ 1 bilhão de fraude ao Fisco detectada; R$ 110 milhões em créditos tributários constituídos; o confisco de uma ilha na Baía de Todos os Santos (BA) avaliada em R$ 15 milhões; R$ 40 mil em espécie apreendidos; 31 mandados de prisão; condução de 63 pessoas a delegacias para prestar esclarecimentos; 129 mandados de busca e apreensão em residências; 11 empresas fiscalizadas; 2,5 kg de ouro em barras; oito jet skis; uma lancha; uma centena de veículos; maquinário; computadores; e documentos apreendidos.
Esse foi o resultado preliminar das ações desenvolvidas em conjunto por 90 Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil), 500 Policiais Federais e integrantes do MPF (Ministério Público Federal), na quarta-feira (17/8), simultaneamente em 17 estados e no Distrito Federal dentro da Operação Alquimia que teve como alvo o grupo Sasil, um dos principais distribuidores de produtos químicos do Nordeste.
A Operação foi o coroamento do trabalho de Auditores-Fiscais da RFB que detectaram indícios de crimes contra a ordem tributária em uma das empresas do grupo em questão.
Auditores-Fiscais têm um trabalho de inteligência que os obriga a se tornarem quase invisíveis. Mesmo assim, a sociedade dá seguidos sinais de que percebe e reconhece o esforço desses profissionais ao cumprir as tarefas de investigação, fiscalização e de proteção aos brasileiros contra toda sorte de ataques. No que diz respeito à defesa da economia do país, a atuação dos membros da Classe impede a concorrência desleal, que desmantela a indústria nacional. Em relação à saúde, impede também a entrada de produtos falsificados e nocivos à sociedade. Os crimes de colarinho branco também estão na área de atuação da categoria. No que tange à violência, Auditores-Fiscais e Policiais Federais trabalham para impedir a disseminação de drogas e armas no Brasil.
A Operação Alquimia é só a ponta de mais um iceberg desvendado pela RFB e pela PF (Polícia Federal). No entanto, nem diante de resultados como esses o governo parece se conscientizar da importância desse contingente, do conhecimento acumulado nesses órgãos e da qualidade dos serviços prestados por essa parcela do serviço público. Reconhecer a prioridade que essas carreiras têm para o bom funcionamento do Estado é investir em um país com maior justiça.
Apesar disso, a rodada de negociações infrutífera que o Executivo vem travando com Auditores-Fiscais e Delegados e Peritos da Polícia Federal, além de Auditores do Trabalho e Advogados Públicos, demonstra pouca preocupação por parte do governo com essas carreiras.
Sob alegações como a mudança recente no cenário econômico mundial, o governo sinaliza que pretende fazer economia com serviços de alta relevância para a sociedade, como a fiscalização tributária e a investigação criminal. A última reunião realizada com o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, no dia 16 de agosto, evidenciou isso. No encontro com os sindicalistas representantes dessas carreiras, o secretário se limitou a culpar a crise econômica e não apresentou nenhuma proposta em resposta às demandas apresentadas pelas entidades envolvidas na Campanha Salarial Conjunta.
Por isso, é importante que os Auditores-Fiscais se preparem para evidenciar ainda mais a importância da Classe para o funcionamento do Estado. A DEN (Diretoria Executiva Nacional) orienta que todos examinem com bastante apreço o indicativo da assembleia que está sendo realizada em todo país nesta quinta-feira (18/8) sobre a paralisação de advertência proposta para o dia 24 de agosto.
É importante demonstrar coesão com as demais categorias envolvidas na negociação conjunta. É preciso afinar ainda mais a argumentação perante um governo vacilante quanto à valorização das carreiras de Estado e que já começou seu mandato anunciando cortes no orçamento, que prejudicam o trabalho desses profissionais fundamentais para o Brasil.