Negociação entre Governo e servidores continua estagnada
As entidades que compõem o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais saíram insatisfeitas da reunião de negociação salarial do funcionalismo com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, e a adjunta da pasta, Marcela Tapajós, na manhã de quarta-feira (16/5). Alguns representantes sindicais chegaram a questionar a demora do Governo para apresentar uma contraproposta e a própria mesa de negociação.
Marcela Tapajós defendeu a negociação e ressaltou que devem participar da mesa somente aqueles que acreditarem no debate. “O Governo não está implorando para ninguém vir negociar”, afirmou a secretária-adjunta. “O Governo trabalha para ter uma posição mais concreta apenas em julho”, completou o secretário Sérgio Mendonça, ao reiterar a informação passada em reuniões anteriores de que o Executivo não pretende conceder reajuste linear para as carreiras neste ano.
Acompanhada pelos diretores do Sindifisco Nacional João Eudes (Políticas Sociais e Assuntos Especiais) e Fabio Galizia (Relações Internacionais), a reunião girou em torno do mal estar causado com a divulgação dada pelo Executivo da MP (Medida Provisória) 568/12. A Medida, enviada ao Congresso pelo Executivo na semana passada, concede reajuste salarial aos servidores federais que não fizeram acordo em 2008 e 2009 e conseguiram fechar um em 2011, com previsão de pagamento para 2012. No entanto, da maneira como foi divulgada, deu a entender que seria uma forma de o Governo confundir a sociedade com o reajuste aos servidores.
De acordo com as representações dos servidores que compareceram à reunião, a MP 568/12 é uma reprodução do PL (Projeto de Lei) encaminhado ao Congresso no ano passado para a concessão dos reajustes pendentes. Ainda de acordo com as entidades, a MP, assim como o PL, está cheia de erros e distorções que não atendem todas as demandas das carreiras incluídas.
Na visão das entidades, a MP transforma em lei todos os erros do PL. Além disso, a mídia tem anunciado que os servidores federais estão recebendo aumento salarial de até 31%, o que não é verdade. O fato coloca a população contra os servidores e as bases contra os sindicatos.
Por fim, as entidades deixaram claro que a maioria das carreiras do serviço público estão mobilizadas e preparadas para entrar em greve, caso o Executivo continue protelando a apresentação de uma contraproposta às demandas.