DEN discute continuidade da mobilização no Ceará

O Sindifisco Nacional tem visitado as bases para informar e discutir a continuidade do movimento reivindicatório em prol da Campanha Salarial. Na quarta-feira (24/10), o presidente da entidade, Pedro Delarue, e o diretor de Relações Intersindicais do Sindicato, Rafael Pillar, se reuniram com os Auditores-Fiscais vinculados à DS (Delegacia Sindical) Ceará, em Fortaleza. Dois temas foram destaques no encontro – a possível implementação de uma parcela extra ao subsídio da categoria e os rumos do movimento.

Sobre o primeiro ponto, Delarue explicou que a DEN não admitirá qualquer alteração na forma de remuneração dos Auditores que comprometa a paridade. O GT (Grupo de Trabalho), aprovado pelo CDS (Conselho de Delegados Sindicais), que estuda a remuneração variável trabalha sob condicionantes inegociáveis: a manutenção da paridade entre ativos e aposentados e o não atrelamento da remuneração a metas individuais de desempenho.

“O subsídio é a forma de remuneração principal dos Auditores-Fiscais. Contratamos um parecer e, se for apontada a impossibilidade do subsídio conviver com outra forma de remuneração a ideia será descartada. E se for possível, é a Classe quem vai decidir, em Assembleia Nacional, se lutamos por isso”, afirmou o presidente.

Na avaliação da DEN, não há o que temer, uma vez que a possível parcela extra está apenas em discussão, sendo meticulosamente estudada pelo GT e há o entendimento de que o subsídio é uma vitória da Classe. “Foi a partir de estudos como esse que surgiu o subsídio, em 2007”, acrescentou Delarue.

Sobre a continuidade da mobilização, o sindicalista destacou que o dia 31 de dezembro é outra data importante para a Classe. É mais uma oportunidade de demonstrar ao Governo que a insatisfação é crescente no seio da categoria e comprovar a eficácia da operação crédito zero. “Temos o desafio de fazer com que o Governo se sinta constrangido e obrigado a reabrir a negociação. Se os trabalhos voltarem à normalidade em 2013, o Governo ficará tranquilo e não oferecerá nada aos Auditores-Fiscais”, afirmou Delarue.

É sabido que há condição política para que o Governo mude a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e conceda reajuste aos Auditores ainda este ano, mas não há sequer sinalização de vontade do Executivo neste sentido. Por isso, o caminho continua sendo a mobilização. Caso o pleito não seja atendido até o fim do ano, a categoria passa a ter mais 365 dias para não cumprir metas e fazer cair os gerenciais.

Na prática, o que já está decidido é que, além da mobilização na forma atual, em fevereiro serão oficializadas as entregas de chefias e, em março, o movimento na zona primária voltará a ter ainda mais força.

PEC 555 – Com o resultado do julgamento do mensalão, que tem comprovado a possível compra de votos, é possível questionar a Reforma da Previdência. Do ponto de vista político, a categoria tem mais um argumento forte para pressionar os parlamentares a colocarem a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 555/06 na ordem do dia da Câmara dos Deputados. A matéria põe fim à contribuição dos aposentados e pensionistas do serviço público.

Caso Jesus – O resultado do julgamento que condenou o iraniano Farhad Marvizi a 20 anos de reclusão por ter atentado contra a vida do Auditor-Fiscal José de Jesus também foi tema da reunião. A vitória trouxe uma energia nova à Classe, que pôde comprovar que os esforços de todos os Auditores do país envidados em solidariedade a Jesus não foram em vão.

Sobre a condenação de Marvizi, Rafaell Pillar destacou que “o Sindicato – Diretoria Nacional e a Delegacia do Ceará – fez tudo que era possível para atender as necessidades de José de Jesus, por isso a vitória pertence a toda a categoria”.

A defesa do réu decidiu que vai recorrer. Mas, segundo o advogado Maurizio Colomba, que atuou como assistente de defesa de Jesus, para anular o julgamento, os advogados do iraniano terão de provar que a condenação do réu foi contrária às provas dos autos, o que em sua avaliação, é improvável.

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