Jornalista da Rede Globo repara comentários contra Auditores Fiscais
Depois de ser interpelado pelo Sindifisco Nacional, o apresentador do Bom dia SP, o jornalista Rodrigo Bocardi, se retratou na edição do programa de quinta-feira (2/6) a respeito dos comentários que fizera no início da semana sobre operação que a Receita Federal do Brasil realizou no Shopping 25 de Março, no Brás, no centro de São Paulo. Na ação, a fiscalização apreendeu três mil sacos de produtos falsificados e contrabandeados que lotaram cinco caminhões da Receita.
O Shopping 25 de Março pertence à Maxim Administração e Participações, e uma das donas da empresa é a esposa do chinês naturalizado brasileiro Law Kin Chong, apontado pela Polícia Federal como um dos maiores contrabandistas do país. O chinês já foi preso em junho de 2004, e condenado pela 5ª Vara Criminal por corrupção ativa; ele foi flagrado tentando subornar o então deputado federal Luís Antônio de Medeiros, que à época presidia a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pirataria.
Diante a visibilidade do nome de Law King Chong, Bocardi comentou que devia ter dado alguma coisa errada no “esquema” para a Receita Federal atuar no local, o que gerou uma possibilidade de interpretações depreciativas ao órgão e aos Auditores Fiscais.
Em uma Nota de Esclarecimento enviada pelo Sindicato ao jornalista, o Sindifisco Nacional explicita que a Receita e os Auditores Fiscais executam centenas de operações como essa em todo o País, movidos por denúncias e cruzamento de dados; e nessas operações, cumprem o que o dever alcança: a apreensão de mercadorias de origem ilegal e fechamento temporário do estabelecimento, até que a documentação necessária seja apresentada pelos fiscalizados.
Rodrigo Bocardi comentou a nota encaminhada pelo Sindicato no programa. O jornalista se desculpou esclarecendo que, na verdade, seu comentário não foi especificamente contra a equipe que atuou no shopping, mas que quis dizer que o shopping necessita de uma ação efetiva e conjunta dos órgãos públicos que, definitivamente, coloque fim ao comércio ilegal naquele local.
O jornalista Chico Pinheiro completa destacando que se a "Receita Federal tivesse poder de polícia (sic), com o que tem de sonegador solto por aí, não ia ter cadeia para caber todo mundo".