Delarue concede entrevista sobre movimento dos servidores públicos
A repercussão do movimento reivindicatório das carreiras do serviço público continua em destaque na imprensa. A perspectiva de paralisação geral a partir do próximo dia 20 em resposta à letargia do Governo na negociação salarial foi um dos temas abordados pelo presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, durante entrevista ao programa Canal do Trabalhador, da TV Brasília (Canal 6), que vai ao ar no dia 19 de agosto, das 12h às 13h.
No estúdio, o sindicalista expôs a causa da insatisfação das categorias fazendo um balanço histórico do período de sucateamento do serviço púbico, que começou na década de 90 com as terceirizações, e da retomada tímida de recomposição do quadro funcional, em 2003, que não impediu a instalação de uma crise na máquina pública.
No caso da Receita Federal do Brasil, Delarue apontou o déficit no maior porto da América Latina, o de Santos (SP), com a redução considerável no quadro funcional ao longo de cinco anos. “Em 2007, eram 170 Auditores. Atualmente, apenas 120 dão conta das atividades”, disse.
A existência de uma norma que enquadre o reajuste salarial dos servidores também foi objeto de pauta da entrevista. “A Constituição Federal diz que o poder salarial deve ser corrigido anualmente, mas o Governo nunca cumpre esse dispositivo. Se cumprisse, não estaríamos tentando negociar um reajuste de 30,19%, no caso dos Auditores, mas percentuais bem menores, ano a ano", disparou.
Reconhecimento – Ao falar da mobilização das carreiras típicas de Estado, o também presidente do Fonacate (Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado) defendeu-as como estratégicas por comandar a burocracia do Estado e que, por isso, devem ter um tratamento condizente.
“Não ficamos satisfeitos com os prejuízos da greve, mas eles ocorrem para que o culpado [que é o Governo] tenha alguma atitude. Quando o impasse se resolver, os servidores e, em especial, os Auditores-Fiscais, voltarão a contribuir como sempre fizeram para que o país alcance o patamar econômico e social esperado”, finalizou.