Catherine Costa driblou o preconceito e alcançou o sucesso
No início, ela queria atuar na sua área de formação, engenharia elétrica. Mas o preconceito em relação às mulheres em uma área dominada por homens a levou a trilhar outros caminhos. “Sempre que passava em frente ao prédio da Receita em São Luís (MA), pensava: um dia ainda vou trabalhar nesse prédio”, relembra a Auditora-Fiscal Catherine de Assunção Costa, a representante da 3ª RF (Região Fiscal) na homenagem que o Sindifisco Nacional faz em celebração ao Mês da Mulher.
Há exatos 18 anos, a previsão de Catherine se confirmou. A porta de entrada para a engenheira eletricista foi o cargo de TTN (Técnico do Tesouro Nacional). Pouco tempo depois, em 1998, foi aprovada no concurso para Auditora-Fiscal. A realização do sonho, no entanto, trouxe um dilema. Já casada, Catherine teve que sair de São Luís, onde tinha a vida estruturada, e se mudar para Imperatriz para assumir o cargo. Detalhe, a cidade fica a 636Km da capital maranhense e o marido da Auditora não pôde acompanhá-la.
Foram dois anos e meio vivendo esta situação e descobrindo o universo da tributação. Até que, por força de um mandado de segurança, ela conseguiu retornar à São Luís, e passou a chefiar a Seção de Acompanhamento Tributário, a antiga arrecadação.
Sempre buscando novos desafios, a Auditora voltou a atuar na área de tributação, como julgadora de processos na Seção de Orientação e Análise Tributária. Agora, ela é coordenadora da Equipe de Maiores Contribuintes e integra uma das equipes técnicas do Simples Nacional.
Mas Catherine admite que nem tudo são flores no trabalho. Em muitas situações se deparou com contribuintes chorando e afirmando que queriam pagar suas dívidas com a Receita, mas que não tinham condições. “No início, ficava emocionada e a situação me incomodava. Com o tempo, a questão passou a não incomodar tanto. Sem falar que, às vezes, o choro era encenação”, conta. Apesar de a sensibilidade feminina estar presente nesses casos, segundo a Auditora foi sempre o caráter técnico que prevaleceu. “Nosso trabalho é vinculado à lei. Por mais que o contribuinte chore, não podemos dar descontos. Temos que cumprir a lei”.
Para ela, não há discriminação de gênero na RFB. Ao contrário do que ela percebeu antes de ingressar no setor público. No entanto, Catherine admite que não foi fácil conciliar o desenvolvimento na carreira com vida pessoal, incluindo marido e dois filhos pequenos. “Não é fácil. Temos que cuidar dos filhos, vir trabalhar com assuntos completamente diferentes e depois chegar em casa e dar conta de marido, de empregada, da tarefa das crianças…”, relata bem humorada. “O segredo é gostar do que se faz. Assim se consegue o sucesso”, ensina.
Agora que o casal de filhos tem 9 e 11 anos de idade, a Auditora se diz aberta a novos desafios. Sobre o trabalho na Receita, Catherine afirma ser muito interessante. “Todo dia nos deparamos com situações novas. Estamos sempre pesquisando. É desafiador. Atualmente, não penso em cargos. Quero fazer meu trabalho bem. Mas se as oportunidades aparecerem, estou pronta”, antecipa.
Próximo destaque – A próxima entrevistada da série em homenagem ao Mês da Mulher será Andrea Dias de Andrade Lima, Auditora da 2ª Região Fiscal.
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