Dalila Mara: mulheres têm de assumir mais papéis de liderança
Se pudesse dar um conselho às mulheres que pretendem ingressar no serviço público, a Auditora-Fiscal aposentada Dalila Mara Oliveira, de Juiz de Fora (MG) na 6ª RF (Região Fiscal), diria a elas para se posicionarem para assumir mais e mais postos de liderança, demonstrando que há conciliação na condição de mulher com as expectativas da Administração Pública. “Gosto de ouvir a palavra ‘presidenta’ que, para muitos ainda pode não soar bem aos ouvidos, mas o fato é que não estamos muito acostumados com ela. Mas é importante dizer que depende da mulher ocupar espaços importantes”, sintetiza.
A Auditora, que hoje tem o cargo de secretária geral da DS (Delegacia Sindical) Juiz de Fora, ingressou na RFB (Receita Federal do Brasil) em 1987. Egressa da Previdência Social, lidar com o público sempre foi um de seus pontos forte. Esse fator, aliado à proximidade que tinha com um Auditor-Fiscal na época, a motivou a disputar o concurso, tanto a seleção interna quanto a externa. “A autonomia que é conferida ao Auditor-Fiscal me chamava atenção e influenciou na minha decisão”, conta.
Aprovada, foi encaminhada para a cidade de Governador Valadares, também em Minas Gerais, onde passou sete anos de sua vida laboral. Lá, atuou nas atividades de fiscalização de empresas e, em pouco tempo, passou a assessorar o chefia de fiscalização da região.
Em sua trajetória no órgão, nada a impedia de realizar com a excelência o seu trabalho. Prova disso é que, a dois dias do nascimento de sua segunda filha, foi dirigindo seu próprio carro da cidade onde estava lotada até Juiz de Fora, cerca de 500 quilômetros, para então dar à luz. “Eu já sabia que era chegado o momento de fazer a minha filha vir ao mundo, mas antes disso fechei o trabalho que realizava em duas prefeituras e só então me dirigi a Juiz de Fora”, relembra.
Sua atitude é uma amostra inequívoca de que a mulher está pronta para derrubar qualquer conceito machista e lutar pela busca de mais espaços, direitos e reconhecimento social. “Nunca sofri retaliações no meu trabalho na Receita, esse aspecto está ligado à competência que, no caso das mulheres, já é reconhecida na Administração Pública e também nas empresas”, acredita.
Dalila Mara tem duas filhas. Para exercer a maternidade em sua plenitude, sem nunca deixar de lado o trabalho, diz que se valeu do critério que analisava o “importante, o possível e o necessário”. “Tenho a consciência tranquila de que não refuguei do papel de mãe”, finaliza.
Próximo destaque – Na quarta-feira (21/03), a entrevistada da série em homenagem ao Mês da Mulher será Maria da Glória Ferreira, Auditora da 5ª Região Fiscal.
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