Falta de repressão facilita contrabando e gera insegurança

Acesso à rota ilegal fica a menos de 300 metros do posto da RFB

A falta de um grupo para agir na repressão de atos ilícitos, como o contrabando e a introdução em território nacional de drogas e armas, na divisa entre Corumbá (MS) e a Bolívia, é uma das maiores preocupações dos Auditores-Fiscais que atuam no posto Esdras. Durante visita dos diretores do Sindifisco Nacional Gelson Myskovsky (Defesa Profissional) e João Cunha (Relações Internacionais), no desenvolvimento do projeto “Fronteira em Foco”, os Auditores relataram a situação de impotência diante de tantas facilidades que os “formigas”, como são chamados aqueles que fazem o transporte de mercadorias de forma ilegal através de rotas alternativas, encontram para atuar.

Durante a visita, no dia 9 de dezembro, os sindicalistas constataram uma variedade de rotas clandestinas por onde transitam as cargas, muitas a menos de 200 metros do posto da RFB (Receita Federal do Brasil). Uma delas é parada obrigatória “dos formigas”, por apresentar uma parada de ônibus logo na entrada. O local, onde já foi apreendido um fuzil abandonado pelos contrabandistas, possui ainda uma estrutura montada para funcionamento de uma empresa de moto-táxi, o que facilita a fuga.

Auditores fazem travessia para Bolívia em rota clandestina

Há suspeitas de que assentamentos localizados na divisa do território brasileiro com o boliviano aluguem o terreno para abrigar mercadorias descaminhadas. Desses locais, é possível entrar em Corumbá sem transitar pelo posto da Receita. Os cinco Auditores que ali atuam fazem o controle de bagagens e também alguns despachos de importação. A falta de segurança é a principal reclamação. À noite, apenas um policial militar fica no local. A Polícia Federal e a Força de Segurança Nacional atuam apenas durante o dia.

Não bastasse isso, a fiscalização fluvial é ausente, o que facilita o trânsito livre no rio Paraguai, que corta os dois países. “O rio acaba virando rota de carregamento de armas e drogas. Há informações de que essas cargas passam não só pelo rio, mas também podem ser transportadas por via aérea, já que fazendas da região possuem aeroporto”, disse um Auditor.

Reforma – Os diretores do Sindifisco também estiveram no porto seco do município, por onde circulam cerca de 300 caminhões por dia. O local está passando por melhorias estruturais, o que, segundo a permissionária Agesa (Armazéns Gerais Alfandegados do Mato Grosso do Sul), facilitará o trabalho dos Auditores e também dos funcionários da aduana boliviana que ali atuam.

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