Bomba caseira explode em pátio da Receita em Foz
Uma bomba de fabricação caseira foi detonada no pátio da DRF (Delegacia da Receita Federal do Brasil) Foz do Iguaçu (PR) na noite da quinta-feira (17/11). Não havia ninguém perto do local no momento da explosão, o que evitou um incidente de maiores proporções.
O atentado demonstra a falta de segurança a que estão submetidos os Auditores-Fiscais envolvidos na repressão ao descaminho e ao contrabando nas fronteiras nacionais. De acordo com o Auditor-Fiscal André Ferreira, chefe da Equipe de Repressão Aduaneira em Foz há cinco anos, fatos como esse demonstram de forma contundente a necessidade de porte de arma irrestrito para a Classe. “Não há a mínima condição de os Auditores daqui não terem porte de arma irrestrito. A cidade aqui é pequena, e o contrabandista que prendemos pela manhã é o mesmo cuja família ou aliados encontramos à noite em um restaurante, ou seja, há um clima de insegurança constante aqui na fronteira”, afirmou.
André Ferreira conversou sobre o ocorrido por telefone com o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, na manhã de sexta-feira (18/11). O assunto foi levado pelo sindicalista ao conhecimento do subsecretário de Gestão Corporativa da RFB, Auditor-Fiscal Marcelo de Melo Souza, em reunião no mesmo dia. O encontro tratou exclusivamente da questão do porte de armas para os Auditores-Fiscais.
O presidente do Sindifisco Nacional ficou consternado com o atentado e se comprometeu com o chefe da Equipe de Repressão Aduaneira a ir pessoalmente a Foz orientar os Auditores a devolverem as armas institucionais à RFB e não expor suas vidas nas atividades de repressão, caso a administração não sane o problema do porte.
Os Auditores de Foz acreditam que o atentado pode ser uma forma de retaliação contra as ações de repressão realizadas pela RFB na região. Durante o dia do atentado, os Auditores-Fiscais realizaram diversas ações na fronteira. Em uma delas, um veículo carregado de eletrônicos e com um rádio comunicador oculto no painel foi apreendido. O condutor do automóvel (que já tinha passagem pela polícia) tentou fugir, mas foi detido pela Equipe de Repressão Aduaneira. As mercadorias foram avaliadas em R$ 95 mil e o veículo em R$ 35 mil. O condutor foi encaminhado à Polícia Federal.
À tarde, a Equipe apreendeu outros dois ônibus também com grande quantidade de mercadorias contrabandeadas do Paraguai. As mercadorias foram estimadas em R$ 350 mil. Já os veículos em R$ 130 mil.