Razões para celebrar e motivos para redobrar a atenção
Embora as estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontem que a proporção de negros e pardos na população brasileira é semelhante à de brancos, as posições mais importantes nos setores público e privado no Brasil ainda são dominadas pelos que não são afro-descendentes. Diante disso, é um avanço o fato de, embora discreta a presença de negros, essa situação começar a se reverter em muitas instituições, incluindo a RFB (Receita Federal do Brasil).
Importante ressaltar, portanto, a necessidade de avançar mais nessa questão. É notável que, apesar do maior número de negros nos quadros da RFB, os postos-chave permanecem distantes desses profissionais. A reflexão sobre como mudar esse cenário, quebrando paradigmas e desfazendo preconceitos, é algo que deve ser constante entre nós, Auditores-Fiscais, e não servir de discussão apenas nesta sexta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra – data criada para lembrar a morte do revolucionário Zumbi dos Palmares.
É consenso que o cargo de Auditor-Fiscal está entre um dos mais almejados do serviço público federal e exige dedicação e determinação para ser alcançado. Mas, no caso dos homenageados de hoje, o percurso pode ser ainda mais sinuoso: além de vencer a concorrida etapa de um dos concursos públicos mais difíceis, eles precisaram superar uma trajetória muitas vezes marcada pelo preconceito, por limitações financeiras e por dificuldades de acesso à escola.
Nossos colegas negros fazem questão de frisar que, embora algumas vezes tenham que lidar com situações adversas na abordagem aos contribuintes, durante as fiscalizações, não enfrentam discriminação no ambiente de trabalho. Esse é outro ponto positivo da nossa instituição e serve como indício de que a RFB caminha para refletir no futuro, em seu quadro de Auditores-Fiscais, a estrutura social brasileira: proporções semelhantes entre negros e brancos.
É em homenagem aos Auditores-Fiscais negros da RFB que o Sindifisco Nacional saúda todos os descendentes de africanos que fazem parte dessa instituição em mais um Dia da Consciência Negra. E, ciente de todos os desafios enfrentados por esses colegas, enfatizamos que a luta pela igualdade é um objetivo de todos nós.